Agora sim, o adequado para se falar, você consegue compreender?
Quando João vagou pela rua, tomado de desgosto por si próprio, percebeu que a mão direita da esperança estava fria como a morte, enquanto a mão esquerda da escuridão estava mais quente que o próprio inferno. Consegue digerir todas as inexpressões de seus fracassos? É claro que labutamos, meu caro João, além de interpretações equivocadas dos sentimentos aberrantes de todos os lados. Não temos ideia do que está sendo feito aqui, não há importância, não nos parece legítimo? Talvez se você me dissesse, os conflitos de interesses, sempre o de sempre, mas é claro que poderemos subverter, queima-se forte, houve expectativas, como sempre há, eu disse que era o de sempre, somente relutando que vem fácil provavelmente mais fácil irá se não de se desenvolver, passou-se como um vendaval soprando um fogaréu, agora não passa de uma chama sem substância, quantas hipnoses dentro de si próprio são necessárias? Aqueles que tremulam aos ventos de suas arrogâncias debilitantes, você consegue me ouvir? Enchem a casa, se convertem, saem para farrear e se agarram, beijam-se, esquecem-se que suas almas se conectam ao se beijarem e penetrarem? Mas precisam manter a máscara, e não se preenchem, o vazio é imenso e faminto, coitado, mas não temos pena, não, não. Enquanto isso, João intumesce-se cada vez mais de se próprio, basta-se, é isso? Arrogância de acha que pode coordenar tudo sozinho, mas é para isso que hipnotiza a si próprio, forçar-se a creditar em fantasias, para, dessa forma, permanecer vivo neste mundo injusto. Quantos poderão nos alcançar com palavras ditas em riste? Seu criminoso, você foi péssimo, João se lembra daquela infância de novo, largado de qualquer jeito, não era, bem cuidado, sim, era sim, o quanto?, largado em casa, mas havia tudo ao alcance, tudo, monetariamente falando estava tudo ao alcance, conforto, mas o conforto do toque?, criou-se sozinho neste aspecto, emocionalmente falando, emocionalmente deturpado, não compreende o efeito de confiar em outrem, não haverá, mentira, sabemos que haverá, apenas ele não se engaja e basta, convence-se de que sim, não é isso que as pessoas gostam?, do que se viram sozinhos, virando-se na espiral de seu caos interior, repleto de energia em excesso, acumulando-se, com quem iremos dividir?, não precisa, não importa, João escolhe devagar com quem irá compartilhar sua alma, escolhe sem pensar, intuições, poucas pessoas, aqueles beijos dos belos cachos permanecerão na memória porque arderam as chamas de que são feitas as almas no momento em que estas se encontraram e se mesclaram durante o ósculo, mas hoje percebemos que não é mais nada pelos trejeitos corporais, então por isso João vagou pelas ruas da noite enquanto se contia para não urrar e chutar tudo o que aparecia pela frente, mas hipnoses, meu querido, acima de qualquer mediocridades, não se preocupe com os demônios, tentou se alegrar jogando, mas vários vazios subitamente apareceram, aqueles papinhos inexpressivos de sempre, não nos interessamos por essas cascas, nossa verdadeira força aparece da reflexão solitária, agora mudamos para lutar por foco e equilíbrio, não precisamos de insetos sem valor ao nosso redor, então ele acorda repleto de novas disposições, você compreende?, enquanto realizarmos nossos sacrifícios poderemos continuar canalizando as energias, péssimo filho, lembre-se sempre, João é péssimo filho e um fracasso nas relações desses que são sangue do seu sangue, fracassou mesmo, continua fracassando, eles sofrem com sua ausência, então você rasga sua pele para que a culpa, sempre faminta, tenha seu alimento, agora não ingerirá mais carne, não mais, sacrifique-se, uma vez que não deseja fazer o que é considerado melhor, não voltará para falar e conviver, não quer suportar, poderia, se quisesse, podemos fazer tudo, sim, tudo, basta querermos, não existe essa de eu não consigo, consegue sim, então na verdade é até pior, essa consciência plena de que não faz e não consegue porque não quer, daí os sacrifícios, que tal dar sopa para mendigo?, também não quer, ego inflado e egoísta, não deseja sair de sua zona de conforto, embora cause desconforto aos que estão ao seu redor, é péssimo, mas agora você sabe, já sabia, continua intumescendo-se de si próprio, cada vez mais repleto, cada vez mais lunático, quantos mais continua atraindo?, nas madrugadas em que os demônios mudam de forma e se tornam inesperadas surpresas, continuarão vindo, de todos os lados, então não há necessidades de sofrer por tão pouco, sofrer pelo o que nunca teve, ou pelo o que teve por pouco tempo, sabe que não conseguiu se controlar e falou palermices, sabe e tem consciência, aquela revirada de olhos do desprezo, conhece bem, sempre faz isso com a maioria lixo ao seu redor, então nos resignamos, retornamos à nossa fantasia fechada, no fim todos aclamarão quando forem impressas, não é isso?, irão todos ler, e vão todos elogiar e se emocionar, então por que se preocupar?, questão de tempo, apenas, auto hipnose, é o melhor de todos, é o máximo!, urra para si próprio, se é verdade ou não não nos interessa, força-se a acreditar em fantasias para viver cada vez mais, o péssimo filho foi cortado das finanças e sozinho terá de se virar, finalmente aconteceu, nossos planos continuam, urramos para a escuridão, urramos em nossas meditações diárias, para conseguirmos nos suportar, para nos enamorarmos cada vez mais com a solidão, não precisamos de nada além de nós próprios, fantasias, cada vez mais lunático, só que ao menos suportaremos, no fim, enquanto todos se enganam achando que poderão contar uns com os outros, não, nascemos sozinhos e morremos sozinhos, João solta mais berros para o alto e fala sozinho, olha estranhos para os lados, lunático, continue chicoteando-se, ao menos as histórias seguirão melhorando cada vez mais, permaneça, cresça e viva, viva. Acredite, e realize.
Sim.