quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Notícias de Quinta [2]


[Indicação do @_Bolinha]

Brasil
Delegado que agrediu cadeirante volta ao trabalho em SP (E se forem lá xingá-lo ainda serão presos por desacato.)
Plebiscito para mudar nome de Embu será em maio (Eu prefiro Embu da Selva.)
Funkeira Verônica Costa é acusada de tortura pelo marido no Rio (Ela cantou pra ele?)

Saúde
Sexo oral causa mais câncer de garganta que cigarro e bebida, diz pesquisa (Eu não fumo, eu não bebo, eu não faço sexo... Por isso vou viver mais de 100 anos.)

Ecologia
Sacos plásticos poluem menos o meio ambiente do que algodão e papel, diz estudo (Ufa! Me sinto menos culpada agora.)

Animais
Mulher se emociona e adota gato parecido com vilão de 'Harry Potter' (Own. Adotaram o Voldy. *-*)

Tecnologia
Apple trabalha em equipamento intermediário entre iPhone e iPad, dizem rumores (O novo produto se chamará IPhod.)

Cinema
Produtor de 'As crônicas de Nárnia' aparece morto em sua casa em NY (Foi pro País de Aslam.)

Cultura
Rubem Alves: Sobre os perigos da leitura (Por isso interpretar e contextualizar é tão ou mais importante do que ler, né não Rubem Alves?)

Imagem
Desconheço a fonte. Se alguém souber deixa nos comentários. ;)



















**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pedregulho petrificado

A pedra que tenho não me faz falta. Nunca fez. A pedra que carrego no coração fechado para o mau tempo. A pedra que carrego no porta-mala, ao lado do estepe. Nunca soube repudiar a falta de buracos na pedra, a dor que ela me faz sentir quando se nega a atender-me na minha necessidade mais fundamental de todas. A necessidade de não me desesperar, de não deixar todos os fios no chão e fugir dessa realidade multi-facetada que não me permite fazer o ar jorrar da minha ferida eternamente aberta e infinitamente incomodada.
A pedra que não tive gera lágrimas em meu ego frágil e desamparado, naquele que tudo desaba diante da maior inconstância. Nunca soube fugir do previsível. Nunca soube achar o que poderia ter sido em outra instância, em outro momento assegurado na proteção argumentativa.
A decepção é, de perto, muito mais agradável do que a aceitação.
Pelo menos, todos sabemos que ela é real.
A realidade nos assalta sem termos percebido a amplitude da questão que nos abarca sem saber se o espaço já fora preenchido. A realidade nos mostra que temos que cavar o buraco sozinhos, e que ninguém virá ao nosso encontro para reconhecer o esforço advindo do feito extraordinário. Ninguém virá nos receber em suas casas tão brancas e remontadas, ninguém se entregará ao interesse de desvendar como nos sentimos, ninguém saberá de fato o que nos amedronta, o que nos afasta e o que nos aflige no mais íntimo dos espinhos pequenos.
Ninguém nos oferecerá a sua pedra para nossa contemplação.
Ninguém nos recitará aqueles versos comedidos sem limitação de reação.
Ninguém nos alcançará nos pormenores do ricocheteio cuja conseqüência se alastra em nossos fatigados corações. Fatias borradas ao vento, relegadas ao outro que toma a decisão de olhos vendados.
A perda é solitária, e não é sentida no compartilhado virtual onde todos são nenhum. A perda em queda livre nem sequer é ouvida pela terra mais próxima do diz-que-diz incomum dos arredores.
A perda é causada sem explicação, gerada em desespero em erupção destinada a imprimir salivações abruptas no entre-mar mais aconchegante.
A perda é o pior dos acompanhantes, e o mais constante.
Dissipação encobre todo o recanto, nada sobra para ser exposto.
Respiração retoma o ritmo habitual, de pouco a pouco. Refinada.
Calma enfim.
Dispersão.

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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Notícias de Quinta [1]

Sim, a seção mudou de nome e dia porque segunda-feira é um dia corrido e as vezes não dá tempo de postar. Então, pra não ficar furando e explicando, as Notícias de Segunda passam oficialmente a ser Notícias de Quinta.



Política
Sarney pede que STF não tome nenhuma medida contra servidora (Porque, obviamente, ela estava certa.)
Oposição vai à Justiça contra aumento do ônibus em SP (Quem disse que o PT não faz nada de bom?)
Projeto no Congresso cria nova categoria para trabalhador estudante (Escraviário, trabalhante... No fim é só mão-de-obra barata pras empresas.)

Tecnologia
Ministério Público Federal quer bloquear aparelhos falsetas (Nããããão!! Meu Avio não!! D=)
Inglesa passa vergonha com o filho ao ver 'insulto' no Wii (É o que eu sempre digo: se não aprender em casa vai aprender na rua.)
Estudo diz que jogos casuais diminuem ansiedade e depressão (Exceto aqueles que ensinam palavrões aos seu filho de 3 anos, né?)
Médico "salva" amigo ao identificar apendicite pelo Facebook (Foi sorte. Por exemplo, se dependesse de mim que quase nunca abro o Facebook, o 'amigo' tinha morrido.)

Arte
Cineasta encontra filmes em 3D encomendados por Hitler (E você achando que o James Cameron era um pioneiro.)
Grupo que desenhou pênis gigante em ponte levadiça concorre a prêmio (É realmente uma obra do caralho.)

Imagem
Vi no Nerdbox



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domingo, 13 de fevereiro de 2011

Terra desbravada

Esqueci a máquina do tempo na curva errada. Esqueci o passado no presente alternativo. Esqueci o bem-sabido no pouco precavido. Esqueci o calor prevenido fora da caixa, e agora a janela aberta levou tudo o que eu tinha para o tempo irrecuperável.
Tudo meu, tudo solto, tudo perdido, agora voa desamparado e desconsolado para o frio rasgado do pré-concebido forte vento que assola os mais críticos.
A crítica perpassa toda a agressividade e mostra a que veio, invadindo o desconhecido e navegando pelo ar sujo, dizendo que nunca demonstrou qualquer carinho, qualquer cuidado, nunca desviou do mal entendido e nem tentou nutrir a agradabilidade que veio acompanhada do cheiro de grama recém cortada.
Cada fio que sai e se infiltra no meu despudor não se lembra do que já fez, do que já modificou durante sua transgressão da lei automaticamente imposta pela minha presença inalterável.
Cada passo que ouço ressoar no assoalho repisado me faz tremer diante da expectativa do inesperado tocar da melodia ininterrupta que me convida a sair da arbitrariedade e buscar o ritmo em outra ruela.
Mas não tenho orientação. Estou sozinha.
Sozinha diante do céu enegrecido, sozinha apreciando o não-remotamente-aguardado, sozinha na contemplação da dissipação arbórea.
A pétala de rosa se destaca e voa com pressa para não mais estar. Até que encontra o espinho que a impede de fugir e de negar o já reconhecido por outros habitantes de antiga civilização: nunca foi sua função lá estar, lá permanecer ou lá reconstruir a existência. Sua função renovada e reconquistada era partir, partir para o reconhecimento na janela abstrata, para a valorização na perspicácia do acompanhante e na rapidez do vento, saber, sempre, qual a hora e o momento de sempre estar, na eternidade acompanhada por mil pérolas, mil ouvintes e mil terremotos.
O som disperso virá a nosso encontro, dia ou outro.
Esperaremos, com os corações quentes e fortes. Um dia.

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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Notícias de Segunda [26]

No ar as Notícias de Quinta Segunda. Desculpem o atraso. =D



Saúde
Comer muito queijo aumenta risco de câncer de bexiga (Ou seja, vou morrer disso.)
Chocolate tem mais antioxidantes do que sucos de fruta (Alguém tinha que ter uma boa notícia pra mim né? \o/)

Tecnologia
Igreja Católica libera aplicativo que permite confissões pelo iPhone (Nunca entendi direito pra que serve esse negócio de confissão. Whatever...)
Formatação do livro digital incentiva a preguiça cerebral (Li que isso acontece também com aqueles livros impressos que tem a edição mais limpa e a folha branca. Estranho né?)

Violência
Delegado que agrediu cadeirante confessa que perdeu a cabeça e deu tapas na vítima (Não justifica, né? Palhaço. ¬¬)

São Paulo
Tarifa do metrô de SP deve aumentar ainda neste mês (Kassab vagabundo, filho da puta, insira seus adjetivos ao prefeito aqui. )

Estudos (In)Úteis
Ainda não há cura definitiva para celulite, diz especialista (Será porque... celulite não é doença?)

Piada Pronta
Christina Aguilera erra letra de hino americano durante show (Efeito Vanusa)

Imagem
(via @naosalvo)






















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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Parede inacabada

Quero o salgado que me reconta a história do aconchego, que relembra momentos delicados em meu interior ressentido, que me faz sentir de novo o descabido, o tão longamente reprovado mas agora inevitavelmente sentido.
Quero o doce que me retoca em todas aquelas curvas não planejadas de percurso, que me recita aquelas linhas retocadas em frases nunca antes honradas em ruas nunca repisadas.
Quero o amargo que me mostra que são as flexões e os contorcionismos que fazem um caminho bem vivido e bem aproveitado ser sentido no meu íntimo, e não a retidão do indivíduo.
Não é a escolha, mas a pergunta que interessa o ouvinte.
A liberdade de poder formular qualquer caminho passível de ser seguido em 24 letras, 25 segundos e 26 abraços. Afinal, o tempo do relógio nunca ajudou a fuga para a imaginação. Só o tempo do percebido.
Sensação.
Sentir que se pertence a um ambiente, que o cheiro lhe é familiar, já é alguma coisa para se sentir no controle do vislumbre do porvir.
Sentir o fervor do concreto que nos persegue por detrás da persiana do observador que nos idealiza em sua mente recatada. Mente preto e branco.
Quero sentir o fervor do vento a possuir-me, perpassando cada vértebra, cada vácuo ou cada valor em nossa rede de fragmentação do real. Cada poro da minha pele sente uma lufada de ar diferente, que invade minha epiderme sem autorização prévia e conhece cada partícula que me pertence, misturando-se célula a célula. Miscigenação.
Quero controlar a probabilidade de escolha de inclinação da percepção. As folhas se protegem desse vento já íntimo e não revelam suas faces, permanecendo verde-escuras. As amareladas já são velhas amigas.
A percepção é o mundo que temos. É o mundo que nos nutre, que se nutre de nossa elucubração e do equilíbrio promovido pelo corte de vozes que nunca se reencontrarão. Só no outro som, no fim da rua. Onde não aprendem mais a tremer a corda quando os amigos se aproximam.
Quero o saber sem ouvir, o ouvir sem ver, o sentir sem perceber, o falar sem balbuciar.
Quero o viver sem saber, o conhecer sem porquê, o descobrir sem meta, o medo sem ataque.
Quero o céu sem divisão, o azul sem contravenção, o esmeralda sem mistura.
Quero desvendar sem partitura, reforçar sem necessidade, questionar a estratégia.
Quero cantar sem lugar, propor sem presunção, colocar sem alternância de tom.
Talvez o verbo não seja querer.
A escolha é sempre posterior.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**