quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Notícias de Quinta [41]

O vídeo acima foi feito pela linda da @Clarthur.

Professor da USP decide reprovar todos os alunos por causa de greve (Tá certo. Mas no meu mundo ideal o subtítulo da notícia seria Mínimo de aulas de disciplina do curso de Filosofia não foi atingido; estudantes NÃO podem recorrer)
MP diz que bloqueio na Paulista por causa de decoração de Natal é ilegal (Orra se é! Quando a Paulista para, metade de São Paulo para e a população nem sequer estava ciente desse bloqueio.)
Rafinha Bastos pode pegar pena de até 3 anos por caso Wanessa (Eu acho exagero. Mas o Rafinha bem que podia se retratar publicamente ao invés de ficar pagando de injustiçado.)
Cães podem sentir pena de humanos, diz pesquisa (Pena desses filhos da puta? Cachorro é um bicho bobo mesmo...)
Regina Duarte diz que novela aliena tanto quanto Twitter e religião (Aí você lê a matéria e vê que não foi isso que ela disse e seu comentário *PUFT*)
Marido corta dedos de esposa 'que queria estudar' (Tinha era que cortar o pau desse desgraçado. *Olha eu incitando a violência.*)
Cientistas criam vírus capaz de matar 6 em cada 10 infectados (Coisa boa ninguém quer criar né?)

Seguinte, semana que vem estarei de folga e não vou postar. Algum dos editores ou leitores se habilita a fazer uma retrospectiva com as melhores notícias de quinta? Aguardo mensagens...

Eu acho Against Grilled Steak um bom nome pra uma banda.
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Reflorestamento de gotas surdas

Às vezes queria poder ensurdecer o mundo para me tornar totalmente incapaz de saber qualquer ranhura fora da adaptação padrão. Queria poder sentir toda a explosão da falta de som no ar que me circunda. Queria poder sentir o mundo ensandecido na palma da minha mão. Queria poder saber que tudo está quebrado, mesmo os recém-descobertos vidros fora de linha. E que todos vivem cada última parte como se fosse a primeira.
Cada som como se fosse o primeiro a vibrar no mundo auricular. O fogo se alastra em meu interior, e tudo que sei é que nada vive no mundo sem ruído. Preciso do ruído. Preciso dele para me dizer que habito um novo dia na nova congregação de sem-escudo. O escudo me foi roubado, não me lembro onde. Só o tempo importa. A localização é sempre alterada por outras percepções subjetivas, por isso nunca me guio por meios físicos. A física nunca me foi útil. Até recentemente, quando no domingo certeiro o sino deixou de se impor ao ar circundante.
A voz que saiu repleta de presença na freqüência com certeza não era minha. A postura me foi polida por ares irritados, e fui forçada a retrair-me, de forma que nunca soube exatamente qual era a minha elucidação dos fatos ao sabor do som que não mais ouvia. A secura e a imprudência foram altamente votadas, e eu não era contada, pois nunca poderia marcar aqueles cartões com a gravação dos meus pré-rastros que nunca, realmente, existiram. Eram a desmaterialização. Sempre foram o projeto.
A nuvem que me circundou não sabia do que eu era totalitariamente composta e do que nada fui constituída, então essa neblina não se ocupou de mim por muito tempo. A floresta me abarcou por completo, e eu não tinha sido previamente orientada. Deveria olhar as folhas que meus pés incautos amassavam com o percorrer inconstante dos longos terrenos há séculos desabitados? Deveria separar a visualização em instrumentos e palavras soltas sem melodia? Como poderia, sem a bendita e mal-fadada audição da qual nunca fui portadora permanente? A audição me deixava sem amplitude. Eu mal resguardo meus pudores. A floresta me encobria e se unia pouco a pouco à noite que se avizinhava. Estava eu aninhada por duas desconhecidas. Como deveria proceder sem os entalhes na madeira? Precisava dos fonemas. Precisava da oratória. Precisava do calor. As duas gotas que me avisaram do erro no mapa queriam poder conhecer a minha alternativa para o mundo entorpecido no qual ninguém poderia ensurdecer.
A questão é que eu não aprendi a projetar, a lançar sons no mundo ainda-para-ser-construído. Não sabia existir no vazio. Nunca soube.
Que o rio venha, eu lhes disse, para que todos saibamos a quem aguardamos.
Flor redobrada ao meu redor. Só tenho a redirecionar o olhar.
Estou presa em uma perspectiva.
Peço a qualquer formiga desatenta que me dê a sua visão terrena da floresta, pois a minha se perdeu na última enxurrada.
A chuva era esperada.
A minha presença era inadequada.
Todas as flores murcharam diante do meu olhar.
Elas eram de plástico.
Sempre vivi na vitrine.
Quem tiver o mapa correto, favor contatar o sonhador mais próximo.
Não há mais sonhos para serem sonhados.
Só a realidade mesmo.


*Esse texto está protegido pela lei de direitos autorais.
*Escrito por Fernanda Marques Granato.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

domingo, 18 de dezembro de 2011

Rebelião do papel reciclado desmontado

Nunca soube arredondar a pérola que me visitava no mesmo horário há séculos parados em um mesmo grão vazio de areia. A ventania já sabia que não me pertencia, e eu já separara o vento da minha liquidez, de forma que eles nunca pensassem em se misturar. O líquido era puríssimo, todo fino, sabedor da individualidade de cada ligação remodelada por muitas pétalas desocupadas. Sempre fui um narciso sem espaço. Tudo sempre foi muito ocupado. As flores azuis eram sempre minhas. E nunca tinham lugar.
Lugar para respirar através dessas construções abstratas limitantes. O limite nunca foi claramente definido, porém o transgressor era normalmente punido. Duas gotas de bom-saber bastavam. A flor galgara o seu lugar de merecida presença senil, e o ar permanecia intacto. Até a primeira invasão dos pruridos. Nunca me recuperei dessa recente abertura. O ar retornou à porta, interrompendo a procissão de saberes nunca dantes revelados. E eu saí, antes que o atrito retornasse. O fogo era todo meu.
Percebi, após algumas respirações descontroladas, que a gaiola nunca fora trancada. Apenas não sabíamos o caminho para a redenção e perdidos ficávamos à luz do fogo, parcamente abastados.
A areia era tudo que compunha o mundo palpável, desconhecendo qualquer menor abstração de mera relevância. Nunca vivi a relevância. Nunca soube retornar a linha no ponto da agulha. Nunca soube existir, apenas existir. Sem esperar. Odeio esperar.
Odeio esperar que a chuva caia para que eu possa me banhar. Odeio esperar que o fogo cresça para que eu possa nascer aninhada. Odeio esperar que o tijolo se desfaça para que a sensatez possa ter alguma esperança de ser construída. Odeio esperar que me reconheçam sem a máscara. A máscara é um pré-requisito para aqui estar.
Devemos estabelecer novos meios de retenção do calor, para que não morramos na próxima seca. Não podemos esperar o rio abarcar a vida. A vida deve abarcar a pérola visitante. Antes que a vacância do grão a consuma. Cuidado, vivemos em constante espera.
O inesperado nos aguarda à porta.
Quem conhece o caminho?

*Esse texto está protegido pela lei de direitos autorais.
*Escrito por Fernanda Marques Granato.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Notícias de Quinta [40]


Jovem que enterrou a namorada viva na Inglaterra diz que estava entediado (Lembram do incompetente que não conseguiu matar a namorada nem com a ajuda do amigo bonitinho da foto? Tava entediado, tadinho. ¬¬)
Cientistas estudam método de aprendizagem sem que a pessoa precise se esforçar (Sou absolutamente contra. E digo mais, a única coisa que dá pra fazer sem esforço é nada.)
Jovem surta antes de casar e destrói hospital em SP (Agora eu pergunto: Casar pra que se eles já tinham uma união estável? Deve ter feito um monte de dívidas pra pagar o casório e ficou doido por isso.)
Lei da Palmada precisa ser aprovada no Senado e prevê multa a quem não denunciar violência (Ainda acho que tem uma grande diferença entre umas palmadas no bumbum e uma surra de 'avaianas de pau'. Tem que ver isso aê. Sem falar que as malditas crianças folgadas de hoje em dia, além de não respeitarem os pais agora ficam com mimimi de: 'Se você me bater vou te denunciar.' #TrueStory)
Mulher tem prótese do seio 'engolida pelo corpo' durante pilates (Desculpa mas eu ri. *depois eu li que ela teve câncer e tals e me senti meio mal por ter rido mas passou.*)

É sem dúvidas o pior Notícias de Quinta da história desse blog. Fiquem com a imagem, vai.


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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Notícias de Quinta [39]

Esse vídeo explica todo o histórico da questão de Belo Monte. Bastante esclarecedor.

Mulher encontra cobra em carro ao sair de shopping (Eu li: 'Mulher encontra SOGRA em carro ao sair de shopping.' Convenhamos que se a cobra for peçonhenta não faz muita diferença.)
Homem sobrevive três dias perdido no Alasca com cerveja congelada (Cerveja = Granola. FATO! E o melhor é que emagrece. Acho que vou fazer a dieta da cerveja congelada.)
Pesquisa diz que ficar sentado várias horas no trabalho faz bumbum crescer (Pense nisso: Da próxima vez que te chamarem de bundão podem apenas estar sugerindo que você trabalha demais.)
Mulher escapa após ser amarrada e enterrada viva em caixa (Quanta incompetência. Esse cara precisa fazer um workshop com o goleiro Bruno pra saber como se mata uma mulher e desaparece com o corpo sem deixar vestígios.)
Infográfico mostra as 10 profissões mais estressantes (Em primeiro lugar estão os Profissionais de TI. Por essa informação e pela qualidade ruim do infográfico você logo deduz que quem fez o infográfico foi um profissional de TI.)
EUA vão arquivar todas as mensagens publicadas no Twitter (Aí diz que a biblioteca em questão só vai indexar os twitteres abertos. Se eu fosse vocês não me preocuparia. Se fosse coisa do governo eles iam pegar até os fechados.)
Vi no Chongas
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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sugue o meu vazio repleto de adocicadas versões de mim mesma

Habito a reconfiguração de todo reflexo em qualquer espelho. Habito o pesar líquido em toda superfície em que se pode ver o além-sobre-terra. Toda a força que faço para me manter em dois espaços reconfigurados sob o mesmo segundo me toma a energia para completar o próximo batimento cardíaco. Eu morro no reflexo sem saber como retornar à projeção. Morro sem saber como cheguei até aqui, nessa secura devastadora sem perspectiva de chuva. Eu precisava da chuva.
A chuva me mostraria o que não vejo agora que não sou mais proprietária da superfície espelhadas. A chuva me revelaria que nunca mais poderei ser repleta de gotas individualizadas, de enormidades abertas pelo tempo, de rupturas abertas, de absurdos incomensuráveis. Nunca poderei usar o eco da minha voz como enunciação. Poderei apenas me utilizar da sombra do som que faço em cada ambiente que adentro.
A sombra me demonstrará como na verdade nunca foi honesta. Sempre existi tendo a ambivalência como pré-requisito. Sempre existi dividida entre o roto e o amassado. O rasgo que me habita nunca foi meu, ele me foi causado por chuvas muito atrasadas que não souberam reconhecer o quanto eu as queria. Ainda preciso ouvir seu barulho em minha janela, rastreando a movimentação interna. O trigo que um dia fora confundido em meio ao joio nunca soube resvalar na minha fragilidade, e agora me fortalece a ponto da chuva ter cessado onde informalmente habito. A moradia me foi renegada. Nunca soube reconfigurar a superestrutura. Nunca soube embasar a rede neural. Deveria ter percebido que é a mesma água que respiro, que bebo e que me mostra o caminho de casa. Deveria ter percebido que não sou quem existo na água, não sou o recorte. Sou o absinto. Sou a notícia que ninguém quer ouvir entregue em uma doce manhã de domingo. Sou o desespero.
Sou a sabedoria nunca dantes compartilhada.
Agora as vozes serão ouvidas.
Atente para o silêncio. Pode ser considerado clichê, porém a gota um dia foi indivíduo. Antes de se tornar mar. Antes de se revelar coletivo. Antes de se relevar a voz única que não tem reverberação suficiente para ser ouvida.
Precisamos de maior amplitude.
Precisamos reaver a nossa gota que enregelou toda toda na pétala que um dia foi minha. E agora é sua.
Primavera.

*Escrito por Fernanda Marques Granato
*Esse texto está protegido pela lei de Direitos Autorais.

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quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Notícias de Quinta [38]

Vi no Chongas

Mistério: sueco pega fogo do nada no meio da rua! (Fringe is REAL!)
Desembargador é parado em blitz e dá voz de prisão a PM no Rio (Esse caras que pensam que estão acima da lei. Faz-me rir, babaca.)
Cena de "Amanhecer" provoca convulsão em espectadores (E no meu caso em que a própria menção do nome do filme já me causa enjoo, dor de cabeça, náusea...)
Americana diz que unhas de 6 metros não atrapalham (Você deduz automaticamente que a pessoa: 1)Não é lésbica; 2)Se masturba com vibrador e 3)É doente mental.)
Ferramenta identifica fotografias retocadas digitalmente (E mesmo assim nego se ilude. Quando que as pessoas vão aprender a encarar a realidade, hein?)
7 efeitos curiosos do café no organismo (Resumindo: Café é bom mas é ruim. Ri muito de "o consumo frequente de cafeína pode aumentar a região mamária masculina – e deixar os moços com “peitinhos”.")
Hanson anuncia lançamento de sua própria marca de cerveja (Pra você que achava que dois deles eram meninas... e pra você que tinha certeza.)
Seis pessoas já morreram por interromper tratamento para Aids depois de "cura" feita por igreja (Deixo os comentários dessa pra vocês.)



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