quinta-feira, 31 de julho de 2014

Atos em cena


O ardor cardíaco sempre acompanhou a falta de controle. Nunca soube completar uma frase sem que houvesse a palavra “sofrer” nela antecipada de alguma forma. Nunca soube qual a finalidade de construir um universo inteiro em sonho para, depois de acordada, perdê-lo para sempre e nunca ter a possibilidade de recuperá-lo.
Nada sei sobre a previsibilidade do imprevisto, sei apenas que o fim se encontra com todos no ciclo imutável da vida. A sombra que permite que o reflexo se dirija ao espelho mais próximo nada sabe sobre a sua imutabilidade. Está eternamente condenada a passar toda a sua existência sendo contraposta à luz, sendo visitada por rostos vistos à meia luz por suas caras-metades que nada sabem do dia quando habitam a noite. Nada sabem do ruído por dependerem dele para criar o silêncio por meio da sua negação.  É do oposto que nasce a definição, e a inimizade também. De uma coisa sempre tive certeza: o ciclo imutável da vida era composto pela respiração, pela cor que ela exalava e pela exata velocidade que o ar descrevia ao se retirar do íntimo dos clamores e se tornar presença camuflada. Toque do invisível. O fim da rota se aproxima, e não há nada que possamos fazer. Sempre soube que nunca houve ar suficiente para nós dois, mas sempre fui covarde demais para tirar alguém do mundo. Afinal, o amor sempre me prendeu a ele.
O impacto intracardíaco era inevitável, mas a ilusão de controle e a percepção da vida como trajeto construído me levavam a acreditar fortemente na idéia que tinha colocado em mente para reprimir possíveis desesperos caóticos que nos sussurram o futuro. A lataria negra nunca antes íntima dos pormenores do caminho resolveu se deter em algumas questões deixadas em aberto, como uma ferida recém provocada por pensamentos passados insistentes. O obstáculo colocado no caminho foi desprezado veementemente pela mente altamente certa de si e de suas capacidades, e toda a lataria negra brilhante despencou no vazio.
Um ruído de aço fundido recém amigado do concreto raspado tomava conta da ambientação, já que a imaginação dos ocupantes do veículo não pode ser solicitada a tempo. Um rápido contato do negro com o castanho em questão de segundos deu conta do recado: a colisão era inevitável. Como a capacidade elucidativa não participou da criação dos atos em cena, uma névoa perpassava o olhar e a mente daqueles que se encontravam no interior do veículo, fazendo tudo aquilo que rápido sucedia pareceu memória distante compartilhada. Isso pode até ter protegido o ego do impacto por algum tempo, mas a queda foi densa e foi total. Especialmente os egos foram atingidos, e nunca se recuperaram. O dano na lataria foi mínimo. O interior do veículo se assemelhava à um filme de ficção científica: todas as referências foram invertidas, e todos os saberes foram alterados. O cachorro, antes situado confortavelmente no banco traseiro sobre uma toalha amarelada, agora se encontrava em uma fenda entre uma geladeira e uma mala de sapatos. Seus olhos transmitiam o horror da cena. Os dois ocupantes humanos do veículo estavam desacordados e alienados à situação corrente.
Um carro desafiava a orientação do tráfego ao se posicionar na diagonal no meio da estrada. Outro carro situado próximo à cena aparentava tentar auxiliar, apesar de apresentar comportamento um tanto suspeito. A suspensão da situação cotidiana tinha sido completa. O motorista achou por bem partir, por temer não saber como proceder. O mostrador do telefone piscava de dois em dois minutos com o número de emergência, e o pisca alerta continuava enchendo o olhar de todos com ansiedade rubro-negra, mas nada surtia efeito. Nada servia para apaziguar a situação. O telefone chamava, mas ninguém atendia do outro lado. A mão apertava o botão, mas o pisca alerta insistia em se fazer presente. O acelerador respondia à atitude do pé, mas o carro não levava a uma solução, apenas consumia combustível. 
Ninguém viria reparar o imprevisto. De nada serviria o treinamento recebido pelos bombeiros ou pelos paramédicos, pois estes estavam atendendo outras chamadas. Chamadas que não ouviriam. De nada adiantaria o serviço prestado pela seguradora, pois vivalma sabia o que havia se passado entre o quilômetro 72 e 70. De nada resolveria chegar no destino e observar os danos visíveis, pois os danos que realmente preocupavam eram os internos e irreversíveis. Abandono. O sentimento de vazio adentrava o interior dos corpos e era sentido por todos os órgãos. O pulmão reunia o ar acumulado e o sangue retesado sem saber como retomar a eficiência anterior. A antecipação do pavor fora tão forte que havia congelado o oxigênio entrando e o gás carbônico saindo, tornando a situação tóxica em um nível inimaginável. O coração também havia sido impedido de remediar a situação e não sabia se um dia voltaria a pulsar. Fome de pesar. Quando o inconsciente se revela, o controle se esvai como a areia em uma peneira, e tudo passa a acontecer a partir das leis do onírico e do ficcional. Esse fenômeno é algo que nem a suspensão da descrença explica. Afinal, o carro cujo freio não funciona mas reduz a velocidade sem motivo aparente ou familiar não se encontra no universo do palpável. Apenas no do possível. O vento ganha força e lança ares de vitória àqueles que o superaram, os invisíveis. Imprevisto é fogo de chuva que não apaga. É morte infinita. É fim revelado. É fome anunciada. É término completo. Acidente.

*Escrito por Fernanda Marques Granato.
*Texto protegido pela lei de direitos autorais. É expressamente proibida a reprodução deste sem a devida autorização por escrito da autora acompanhada da citação nominal da fonte.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

Quem imaginaria que dois dias dariam uma eternidade?


Às vezes, tudo que se quer é sair do mundo sem deixar nenhum rastro, para que ninguém possa segui-lo. Outras vezes, tudo que se deseja é morrer sozinho distante de qualquer som que possa ecoar para que ninguém lamente o seu inesperado fim. Em alguns momentos, tudo que aparenta ser necessário é o contato humano, mas em outros, nada pode ser mais letal que outra mão a tocar-te. Nunca a contradição fora tão importante, e tão desnecessária. 

Nunca soube o quanto precisei da solidão, para finalmente encontrar a melhor forma de me livrar dela. Existindo. Só se pode existir a partir do momento em que se reconhece a relação estabelecida com um outro alguém, ainda que desconhecido, distante ou irrelevante. É relevante até certo ponto, mas não a ponto de se tornar algo além do possível. Nunca soube o quanto necessitei da presença do outro, ainda que fosse apenas para me diferenciar e saber identificar do que deveria me afastar. Para identificar um obstáculo, é preciso primeiro conhecê-lo. 

Nunca pude realmente compreender a sensação de perda, pois quem eu perdi sempre ocupará um lugar em meu coração, e não tenho mais contato com quem me perdeu. Habitam outros mundos esses seres. Mundos que talvez um dia eu passe a habitar. Ou talvez nunca. Mundos que se dividem entre o ser e o estar, entre o ir e o voltar, entre o abrir e o fechar, entre o conhecer e o ignorar. Nesses lugares, a complexidade está no ar, e eu não respiro. Respirar custa caro. Custa tudo que tenho. Não posso arcar com esse tipo de gasto. Meu inconsciente nunca teve condições. Nem minha insegurança nunca me deixou pular de tão alto cume. 

Saberia dizer a palavra certa se tivesse aprendido a ler vozes, mas apenas aprendi a ler palavras, e a vida me mostrou que isso nunca foi suficiente. Nem para o começo da caminhada. Não conhecia nem as pedras que marcariam minhas pegadas. A jornada era indefinida, e não haveria espaço para complementos. A minha individualidade haveria de bastar. 

Não merecia a subjetividade que me pagaria com duas gotas cristalizadas para ver o brilho de meu olhar no lago da lua crescente. Não merecia a luz que saía da fogueira e atingia cada folha seca de forma destruidora e definitiva. Não merecia ter a oportunidade de descobrir o porquê de algumas substâncias existirem em três estados. Não merecia saber a razão do som ecoar três vezes em uma caverna. A trindade nunca me inspirou muita confiança. 

Talvez um dia descubra o mistério das folhas esvaziadas de sentido. 

Personalidade desabitada. 

Ninguém responde o chamado. Apenas a porta se abre levemente, respondendo a iniciativa do vento, cedendo à imprevisibilidade da vida no descampado do imaginário fértil de toda criança. A esperança, afinal, subsiste. 

Vento de chuva de verão.

Antecipação.  

*Escrito por Fernanda Marques Granato.
*Texto protegido pela lei de direitos autorais. É expressamente proibida a reprodução deste sem a devida autorização por escrito da autora acompanhada da citação nominal da fonte.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

O restaurante chinês



As paredes do recinto haviam sido pintadas de várias cores, mas nenhuma tinha sido tão aceita quanto o amarelo. A força do amarelo carregava uma vivacidade pouco vista em outras cores, mesmo na expansão intempestiva do vermelho, que era frequentemente considerada descontrole, sendo assim incapaz de atrair os ocupantes do ambiente com suas mais variadas ramificações. 
Apesar da presença inigualável do amarelo, as pessoas que ocupavam o centro do ambiente não pareciam se dar conta de todo o seu magnetismo, e exalavam sua própria força, que era contraposta à abstração colorida do amarelo pela profundidade dos olhares e a serenidade dos sorrisos. 
Eram duas pessoas, dois corpos e duas experiências, entretanto a ligação era tão profunda que ultrapassava qualquer limitação que pudesse habitar vagamente o mundo físico. Ia além também de limitações mentais ou mesmo aspirações filosóficas, posicionando-se no reino cardíaco do sentimento, muito além de qualquer análise qualitativa que tentasse reduzir o subjetivo a análises tabeladas de grupos controle. 
A relação entre os dois existia fora do espaço, pois não era determinada pelo ambiente, e se colocava fora do tempo por não ser passível de análise cronológica. Não era possível dizer “Eles se conhecem há 24 minutos”, ou “Eles são amigos há 3 anos”, pois a associação não era baseada no conceito de temporalidade nem era afetada por suas inevitáveis transformações. Existia apesar dela. Toda particularizada. 
Porém, a especificidade da relação não a fazia única nem incapaz de ser compreendida. Apenas impossível de ser representada com verossimilhança. Afinal, uma representação gráfica pressupõe o espaço, suas dimensões, proporções e perspectiva, e o tempo, congelado na secura da tinta, na impassibilidade do tecido da tela e na limitação da moldura. 
O amor deles existia em outra esfera. 

*Escrito por Fernanda Marques Granato.
*Texto protegido pela lei de direitos autorais. É expressamente proibida a reprodução deste sem a devida autorização por escrito da autora acompanhada da citação nominal da fonte.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

Notícias de Quinta [129]

Bom dia cambada.

Não comentei nada sobre a questão Israel x Palestina antes porque não tinha conhecimento histórico sobre o conflito e sabia que isso não era nada recente. Mas o Pirula fez um ótimo vídeo em que tenta esclarecer muitas coisas, inclusive uma dúvida muito séria que eu tinha sobre como Isso virou Isso.

Vejam aí, vale a pena, porque mais importante que "escolher" um lado é conhecer o contexto da briga:

E essa semana teve:

Dois textos novos da Fernanda aqui no Caderno.
A casa invertida no tempo e O deserto que habita todos nós. Leiam e Comentem!
(Sim, é uma ordem! Hoje acordei totalitarista!)

Participação minha no blog Frango Filosófico dos meninos George e Thiago (juro que não é dupla sertaneja) sobre músicas que marcaram vidas.

Continua rolando aquele inquérito no Rio contra os manifestantes onde até filósofo anarquista russo falecido entrou na dança e figura como suspeito. Teve até entrevista (fake obviamente) com o cara pra provar que anarquista não deixa de 'bagunçar' nem depois de morto.

Meanwhile em São Paulo o assunto é o Templo de $alomão construído pela Igreja Univer$al no Brás. Dizem até que diminuiu o número de assaltos na região, ou seja, roubalheira agora só dentro do templo coisa linda de Deu$. Porém nem tudo são flores para o Pastor Macedo, existem denúncias de irregularidades na concessão da obra que podem por a casa abaixo, literalmente. Mas por enquanto o líder religioso pode respirar tranquilo já que o único ato contra a sua obra só aconteceu mesmo na internet, onde "pixaram" a referência "Atos 17:24" na fachada do prédio.
(Acrescentado na última hora. Apenas rindo muito aqui. Obrigada DEUS por esses crente! -> http://www.spressosp.com.br/2014/07/31/novo-templo-de-salomao-abrigrara-o-anticristo-afirmam-fieis/)

Falando em internet quem passou vergonha por aqui esses dias foi o cantor e encrenqueiro profissional Lobão que se meteu numa conversa que não era sobre ele. Sempre perdendo ótimas oportunidades de ficar caladinho.

E a galera da internet ficou muito triste com a morte de Fausto Fanti, o Renato de 'Hermes & Renato'. Parece que o cara se matou e tals, bem tenso. =/

E a CIA confessou no twitter que os relatos de aparição de OVNI's nos anos 1950 eram só para acobertar os testes das aeronaves U-2 (e não o contrário como pensam os teóricos da conspiração por aí).

Um estudo de universidades americanas revelou que dormir pouco pode gerar memórias falsas. Eu tava mesmo conversando sobre isso ontem a noite com meu elefante roxo de estimação, o Alfredo.

Já um outro estudo divulgado pelo 'Telegraph' revelou que homens são mais feliz ao lado de mulheres inteligentes. Mas que os casamentos duram menos quando o nível intelectual da mulher é maior.

O que não vou nem comentar é que vocês vão votar no Alkmin mesmo com esse desgraçado fodendo o estado de São Paulo. Toma um exemplo divertido de como esse cara não vale a água que bebe: http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,alckmin-promete-entregar-tiete-limpo-e-navegavel,20030206p5015
Notem que a notícia é de FEVEREIRO DE 2003. MAIS DE DEZ ANOS ATRÁS!!!
Se foder. Cara promete um rio limpo e entrega uma represa seca. Tá certinho.

Bom dia e bom banho de rio Tietê pra vocês.
Sim, é uma capivara.
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A casa invertida no tempo


Fazia muito tempo que o vento não visitava aquela casa. Afinal, quando visitava, era visível. A porta sempre denunciava a sua presença. Farpas se esgueiravam para fora da madeira para conhecer os andarilhos que cruzavam a sua fachada e era extremamente perceptível quando elas haviam sido tocadas pela violência do ar. 
Caso você, caro leitor, as encontre em seu caminho, não as toque, pois as malditas lhe transportarão para o seu pior pesadelo. Independentemente do cenário escolhido. 
O caminho que trazia qualquer viajante para o interior da antiga casa era convenientemente repleto de pedregulhos, porque enfrentar uma longa jornada nunca foi fácil para ninguém, e essa se provaria a mais difícil de todas, mesmo para você, caro co-autor, que me acompanha desde o início com sua vasta capacidade interpretativa. Para quem ousasse adentrar seus limites, a casa reservava momentos interessantes.
Quem finalmente abrisse as muito empoeiradas portas de madeira escurecida pelo tempo e pelo contato com a solidão dissipada pela ausência de visitantes poderia sentir o ríspido e abrupto vento que cedo declarava que aquele ambiente era dele e ninguém entraria desacompanhado.
Com a proteção do vento, era possível adentrar os séculos encadeados em suas tábuas de madeira nunca mais pisadas, em seus tijolos para sempre marcados pela respiração de cada um de seus ocupantes agora perdidos na teia do tempo e em seus móveis eternamente intercambiantes - não conseguiam se contentar com um local ou um posicionamento diante dos demais que habitavam o aposento. A mudança era a característica determinante da casa. Nada permanecia. Todas as perspectivas eram relativas e um ponto de vista só fazia sentido se você estivesse no mesmo eixo temporal. Do contrário, camadas o sobreporiam e vivalma o encontraria. Jamais. Perambular por entre sombras sem saber de que perigos desviar também não se provava ser uma tarefa fácil. 
Nem mesmo para o atual andarilho da trilha abandonada. 


*  Escrito por Fernanda Marques Granato

* Texto protegido pela lei de direitos autorais. É expressamente proibida a reprodução deste sem a devida autorização por escrito da autora acompanhada da citação nominal da fonte.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

O deserto que habita todos nós


O céu não conseguia se decidir. Quando o azul ameaçava pintar o horizonte, o branco, já dotado de certa reputação, aparecia para apaziguar a calma do azul com toda a sua presença algodoada. O inimigo não era o branco, nunca foi. Sempre foi o preto do céu pronto para descarregar todos os pesares acumulados em uma temporada em toda a cidade desavisada. Porém, essa não seria a preocupação do povoado por muito tempo. Afinal, as nuvens que se misturavam aos cumes mais altos do montanhoso local pareciam preparar as forças humanas para uma sobrecarga. Uma sobrecarga que nunca viria.
A paisagem pedregosa, apesar de árida e pouco convidativa, transmitia toda a liberdade do mundo. Todo aquele espaço aberto para ser, destruir, ocupar, construir, transformar ou mesmo imaginar e se perder em ramificações de pensamentos dos mais diversos formatos. 
Um sorriso confiante havia se estabelecido no rosto daquela que havia sido fotografada, entretanto não se compartilhava o conhecimento acerca do que a fazia reagir dessa forma tão efusiva à paisagem tão pouco acolhedora. 
Poderia ela querer convencer o observador furtivo de algo que escapava a percepção ilustrada? Quereria ela provar ter superado experiências doloridas por estar posicionada no cume à frente do precipício? Teria ela descoberto o local como possível sítio arqueológico de grande importância para pesquisadores e antropólogos? 
O sorriso, apesar de não sabermos o motivo, contaminava mesmo a sombra que habitava. Um simples movimento dos músculos faciais fazia o fraco sol que ensaiava desafiar o bravo azul parecer assumir o controle de todo o cenário aparentemente deixado sem protagonista.

Exceto pelo sorriso. 

*  Escrito por Fernanda Marques Granato.

* Texto protegido pela lei de direitos autorais. É expressamente proibida a reprodução deste sem a devida autorização por escrito da autora acompanhada da citação nominal da fonte.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Notícias de Quinta [128]

Oi, eu de novo.

Essa semana que passou a Google venceu o processo judicial movido pelo família Ourfali e não tem que tirar do ar o vídeo do Nissim. Pra quem não lembra do que se trata o vídeo aqui está uma explicação:

A Bia Granja escreveu um texto no YouPix sobre o direito de não virar meme. Eu na verdade acho que você não tem escolha. A "memetização" é um processo que não pode ser controlado. As pessoas que passam por isso sofrem (ou não) mas é inevitável uma vez que a peça "viraliza". E nem todo mundo que ri e reproduz é por maldade, pra zoar a pessoa que está exposta ali, o que é engraçado no vídeo do Nissim por exemplo é a edição e a paródia. A música é chiclete, você se pega cantando ♫Eu so-o-ou. Eu sou o Nissim Ourfali...♪. Não é motivo pra traumatizarem o moleque nem nada do tipo. Mas lógico que a internet é tenebrosa e cheia de gente sem noção.

E o prefeito de Nova Odessa, interior de São Paulo, vetou o projeto que pretendia tornar obrigatória a leitura da bíblia nas escolas públicas do município. Ele justificou dizendo que, embora fosse simpático a ideia, o projeto era inconstitucional e portanto, era obrigação dele vetar. Assim que tem que ser, as crenças pessoais do político não podem atropelar a Constituição. Parabéns ao prefeito que não fez mais que a obrigação e uma banana pro vereador que ainda tem o "sonho" de atropelar a Constituição e o Estado laico.

Veio a tona também a história do aeroporto construído nas terras de parentes de Aécio Neves por uma empreiteira que doou dinheiro para a campanha de Aécio Neves e que, segundo a ANAC, não poderia funcionar mas segundo testemunhas funciona. Ah, e foi construído com dinheiro público, tá?

Continua rolando o caso dos ativistas presos "preventivamente" no Rio que agora receberam Habeas Corpus mas estão sob restrição com passaportes retidos e tudo. Parece que grampearam até os telefones da defesa dos caras e que a defesa não tem acesso aos autos do processo, mas a Globo tem. A história é tão mal contada que até o Eduardo Paes, prefeito do Rio, diz que não sabe de nada.

Uma estranha e triste coincidência foi a morte de três grandes escritores brasileiros em sequência. Primeiro foi João Ubaldo Ribeiro, 73 anos, no Rio de Janeiro. Morreu em decorrência de uma embolia pulmonar na madrugada do dia 18. Na manhã do dia seguinte, Rubem Alves, 80, que estava internado desde o dia 10, teve falência múltipla dos órgãos. E por último, na tarde de ontem (embora O Globo tenha noticiado com um dia de antecedência seu falecimento quando ele ainda estava vivo mas em coma, isso que é pressa de dar a notícia primeiro), Ariano Suassuna, aos 87 anos, que teve um AVC no dia 21 e ficou em estado grave até seu falecimento ontem. Bom, a idade chega e as pessoas morrem, algumas nem têm a chance de envelhecer. E esses caras já são imortais por suas obras.

Você não gosta de ficar sozinho com seus pensamentos? Pois a maioria das pessoas é igual a você segundo estudo da Universidade de Virgínia. Entre os motivos estaria o fato de que a socialização, o contato com outros e a realização de atividades, nos dão uma sensação de segurança e utilidade. Já eu tenho um pouco de dificuldade de entender essas pessoas porque particularmente gosto de estar só.

E olha só, de acordo com um estudo feito na Universidade da Califórnia, amigos próximos têm DNA parecido, ou seja, a cadeia de DNA tem uma maior coincidência entre pessoas que se consideram amigos. Achei interessante principalmente a parte das vantagens evolutivas, quer dizer, você se junta com pessoas semelhantes a você (e a pesquisa não se refere a raças e sim a traços muito mais específicos como resistência a calor ou frio e coisas assim) para compartilhar de determinado benefício adquirido. Enfim, a matéria explica melhor, leiam aí.

E a notícia do dia (ah sim! essa ganhou) é sobre uma americana de 45 anos que bebeu todas e roubou um cavalo para ir até uma loja pegar mais bebida. Bom, disseram pra ela não dirigir depois de beber então ela teve que se virar, né? xD

Não deu pra comentar: aviões sumidos/ explodidos, Israel fodendo a Palestina e o troll do Não Salvo sobre a Coréia do Norte na Copa.

O Robert sou eu terminando de escrever essa merda e a Gwyneth são vocês lendo.
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Notícias de Quinta [127]

Boa tarde.
Sim, tô com 500 abas abertas no navegador (a Fernanda viu e pode confirmar) desde cedo mas tava procrastinando pra fazer o post.

Hoje tem muita coisa e não sei se vou conseguir encadear tudo de maneira lógica mas começo com um vídeo sensacional de um candidato a deputado estadual pelo Rio de Janeiro.
50 pelo PSOL e 4 e 20 pela planta. hsuahushausha

Lembram do caso de manipulação da timeline feita pelo Facebook que comentei semana passada retrasada? Pois é, parece que o Google fez uma coisa parecida mas com os textos sobre o 7x1 que o Brasil tomou da Alemanha na semifinal da Copa omitindo os mais 'humilhantes'.

Bom, a Alemanha ganhou a Copa. Teve gente que comemorou a derrota da Argentina, teve gente que não, mas enfim, isso não tem importância. O que importa é que só hoje soltaram 12 dos ativistas presos antes da final com a justificativa de "prevenção" a atos de protesto no Rio de Janeiro. A ação da secretária de segurança do Rio foi muito criticada, com razão, afinal não se prende alguém sem justificativa. Mas como a PM "gosta do som da guerra" mesmo que não haja guerra nenhuma, apenas manifestações da sociedade civil, eles não fizeram cerimônia em continuar com as ações e abusos contra manifestantes e jornalistas. Aí o senado aproveita que a PM é tão respeitada e idônea e dá poderes de polícia à Guarda Civil. Tipo, nem precisava né? A PM já comete abusos suficientes sozinha. =/

Enquanto isso em São Paulo, cabô água. Tamô sem banho aqui. Muito perfume e desodorante pra aguentar.
Outra coisa interessantíssima em São Paulo é a Igreja Universal que como sempre saiu na frente no monopólio da fé e agora cobrará ingresso para as pessoas visitarem "a casa de Deus". Tudo com a permissão d'Ele, é claro, que quer receber seus súditos vestidos a rigor (ao menos segundo os pastores).

E o Facebook continua fazendo das suas e está excluindo perfis de usuários com nomes "diferentes" por acreditar que são fakes. Bom, diferente ok, mas Piroca e Fuck já estão em outro nível, né?
Já o Yahoo! criou um serviço de velório virtual que apaga os dados da pessoa da web após sua morte mediante apresentação de comprovação oficial pela família. Achei bacana. Sempre me perguntei o que aconteceria com minhas contas depois que morresse e nunca encontrei ninguém confiável pra deixar minhas senhas.

Falando em gente pouco confiável aquele colunista daquela revista lá andou espalhando por aí que sentia falta de macho, mas macho de verdade, daquele que paga as contas e não chora. Todo mundo na internet, que tá nem aí pros macho porque legal mesmo é viado, reclamou que o menino tava mesmo era com recalque porque ninguém deu like nele no Grindr. Resumindo, a única coisa boa dessa história toda foram textos como esse da revista Fórum respondendo ao pobre machão abandonado.

E já que estamos falando de gente sem noção porque não citar o americano que encontrou um território livre na África e o reivindicou para ser o reino da sua filha. Tudo porque a menina perguntou se algum dia seria princesa de verdade. Fosse um pai realista responderia o seguinte: "Não filha, pra você ser princesa eu teria que ser rei. Eu tenho cara de rei? Essa barriga de chope parece de um rei? Então estuda pra ser advogada, médica ou qualquer outra coisa que você queira e não me enche o saco."

E por fim, a Marvel divulgou uma nova coleção de quadrinhos na qual o personagem Thor será uma mulher. Não, não é que o original virou transsexual, é que nesse universo Thor realmente É mulher e passa a figurar na galeria de personagens femininas da Marvel que não fogem de uma boa briga. Fiquei curiosa para saber se a mudança de gênero vai se restringir a Thor ou vai incluir também Loki e Sif.


True Story
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Notícias de Quinta [126]

Olá pessoas.

Eta Eta Eta♪

Sei que só se fala no resultado do jogo de terça-feira entre Brasil e Alemanha, mas se o vídeo acima não mostra porque os alemães merecem levar esse mundial não sei o que o fará.
E quando digo que só se fala nisso é porque é verdade. Tem até ministro falando merda (gente, intervenção estatal no futebol, como é que pode?). Rede de lanchonete dando hambúrguer de graça pra brasileiro (eu quero). E o Mick Jagger dizendo que não foi ele.
Teve também briga entre brasileiro e argentino depois do jogo com a Holanda ontem. Eu esperava que a Holanda ganhasse mas nem por isso saí socando argentinos por aí.

Mas tem coisas mais urgentes pra nos preocuparmos, como por exemplo o volume útil da Cantareira chegando a zero hoje. Chega de banho cambada, cabô descarga.
E pra vocês se distraírem dessa coceira nas partes por falta de banho tem esse vídeo mostrando os efeitos gráficos que foram usados para construir o cenário e a atmosfera da quarta temporada de Game of Thrones. Eu já sabia que era quase tudo feito por computação gráfica mas é muito legal de ver.
E tem o álbum do Marcelo Murata que eu ainda não tinha escutado mas confesso, apesar de não ser fã de música apenas instrumental, que está muito bom. Escutem aí -> http://halfdream.bandcamp.com/

Não falei: Dos bombardeios israelenses à Palestina nem do saldo negativo da copa do mundo. Porque tá foda. :(

Acho que ele tá falando do Notícias de Quinta =/
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**