terça-feira, 23 de julho de 2013

Idiotices do João [50]


Nada além do frio. Vamos reclamar. A imobilidade de consertar a si próprio. A capa era bela com a mocinha olhando para a chuva. Havia aquela tristeza criada para dar atmosfera. A mesma imobilidade entediante que sentimos por sermos dependentes de estímulos constantes. A nova descoberta de experimentar vários toques ao mesmo tempo. A ilusão se desfez. O inesperado rasgou a pele, mas não foi suficiente e João deseja mais. Para a panturrilha, vamos rasgar um pouco mais. Seis horas de dor para pagar seus pecados. A última semana deprimente na qual pensa se irá se despedir depois de nove meses. Tudo o que começa acaba. Há o frio e nada mais. Estamos nos desconcertando enquanto as engrenagens enferrujam. Eles desfilaram com peles pintadas, eram todos uns exibidos. Tudo acontecendo ao mesmo tempo, pelo menos promesses de acontecimento. A maioria das ocorrências não se concretizaram e então estamos recolhendo os cacos. João disse para Maria aproveitar o momento de recolhimento no escuro e expor a si própria para o silêncio. Ao mesmo em que Maria pinta o cabelo de azul para se exibir novamente. Maria, no entanto, chamou João novamente para a sua cama no meio da madrugada. João está andando em círculos enquanto persegue a própria sombra. Outras mocinhas que não se chamavam Maria continuavam a brincar de casinha de bonecas. As seduções bocejantes de potenciais jamais atingidos, o de sempre. João prossegue lutando por suas causas perdidas. A capa causou certo furor, a repercussão local entre aqueles que o conhecem. Enqaunto isso, a última semana de esquecimento é deprimente, e a saída é certa - ninguém mais veio lhe procurar, nem irão dizer nada. João aguarda ajustes em outro lugar, uma vez que pauzinhos foram movidos. João jamais se deixará vencer facilmente, não é mesmo? João prossegue, aguardando, enquanto vive a ilusão de rasgar a própria alma, enquanto respira a pretensão de estar vivo, nada além do frio, nada além de si próprio para encarar.

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quinta-feira, 18 de julho de 2013

Notícias de Quinta [113]

Não me olhem com essa cara. Eu sei que furei o NdQ por duas semanas mas aqui estou para a Vossa alegria.
Fica aí a dica pra galere que quer converter um atoa ateu

No Brasil
O gigante acordou mas já tomou um calmante e parece que ele está voltando a dormir aos poucos.
Mas algumas coisas importantes ainda estão acontecendo, por exemplo, o Ministério Público quer impedir o uso de verba pública na visita do Papa. O que é bom já que o Estado é laico e o Vaticano é rico.
E ficou-se sabendo que a USP tem tinha um curso secreto (que agora não é mais secreto) de Ciências Moleculares para o qual são chamados apenas os melhores daquele vestibular filho da puta que eles têm. Aí esses nerds têm que fazer uma prova ainda mais difícil e defender sua virgindade com suas vidas. Eu acho que eles podem estar perdendo muita gente interessante não anunciando o curso mas... eles que sabem.
Enquanto uns fecham seus cursos para uma pequena elite outros liberam pra geral. É o caso do MEC que lançou um site para ensinar francês gratuitamente e do Domínio Publico que colocou a disposição a obra completa de Fernando Pessoa para download.

No Mundo
Jornal católico analisa as crenças dos super heróis. É interessante a análise embora algumas coisas sejam bem nada a ver, tipo eles dizerem que Selina Kyle é católica só porque tem uma irmã freira.
A Nintendo andou testando a jogabilidade de seus jogos (?) e descobriu que os novos gamers não conseguem zerar a fase 1 de Mario Bros. PQP!!! Facepalm pra esses """gamers""".
Os fotógrafos andaram aprontando altas confusões também. Teve esse americano (?) que fotografou uma tempestade de raios no meio de um show de fogos de artifício. E esse egípcio (?) que registrou a própria morte durante uma manifestação no Egito. =(

No Caderno
O João andou fazendo muitas idiotices nessas duas semanas.
Idiotices do João [46]; [47]; [48] e [49].
E o Kabral fazendo Kabralices. Vamos torcer pelo Kabral que vem coisas boas por aí. ^^

E agora com vossa licença que vou almoçar.

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terça-feira, 16 de julho de 2013

Idiotices do João [49]


Estamos correndo para fornecer uma foto adequada, conforme solicitado.
Estamos correndo para nos sentirmos menos insgnificantes, conforme pedido pela diretoria. Estamos nos escavando para debaixo da terra, conforme pedido pelas páginas do novo best-seller a sair no próximo instante. Se você realizar uma bagunça tamanha ao assassinar o número um, você garantirá seu lugar ao sol. Você foi visitar Maria sem sua casa, sem saber que se chamava Maria. Alguns queijos com bebidas alcóolicas. A grande realização foi atingida, o início do grande passo. Ainda assim, sente-se minúsculo. Foi solicitado que enviado enxertos do trabalho disponível na rede. Não há nenhum, mentimos, uma vez que há pedaços largados em sítios de menor prestígio. Envie-nos no formato solicitado, uma vez que a pressão atmosférica ainda não é suficiente. Escancarou-se como se fosse uma concha se despedaçando, a empolgação ébria cavalgando as palavras, Maria estava atenta. O momento de comemorar, mais de trezentos curtiram o início da caminhada derradeira. Ainda assim, sente-se menor. As barreiras que devem ser estilhaçadas para conseguir dar meros passos, na corrida falou-se de João e suas restrições alimentares. João poderá alcançar o que planeja? Verifiquem nas cenas dos próximos capítulos. Durante o escritório, encolhe-se, enquanto falal e sorriem entre si, são divulgados assuntos que João não compreende, um olhar vazio para a tela, a falta de motivação perante o contrato que está para ruir, continua entregando solicitações sem sentido, Maria disse para se aprofundar no assunto, foram imprevistos de um beijo, foram imprevistos de uma cambada de sentimos furiosos se encontrando, a grande caminhada começou e a pressão atmosférica se intensificou, envie-nos a foto adequada, por gentileza, mas não foi gentil depois da caneta, teve de se ajoelhar e implorar pelo auxílio de terceiros, para de se vitimar, Maria ordenou, João sabe que possuem problemas maiores que os seus, João sabe, as vivências entrando em combustão, as afinidades se engalfinharam enquanto a janela estava aberta, João olhou nervoso enquanto as pessoas do escritório passavam dispensavam-lhe tanta atenção quanto dariam a um verme se arrastando na lama imunda, pare de se vitimar!, Maria ordenou, João afundou-se na pressão atmosférica enquanto tentava providenciar fotos, a pressão atmosférica em caixa alta continuava rosnando alto, João se inebriou das lembranças de afinidades se amando sem perdão na noite anterior, Maria apareceu-lhe sem planejamento nem documento, João inebriou-se enquanto rosnava para si próprio, envie-nos a foto no formato solicitado para que possamos dar andamento ao trabalho, o trabalho de João esgotou-se em vitimizações ridículas, aí João se lembrou porque respirava, soltou um urro silencioso e então sorriu sem o menor sentido.

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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Idiotices do João [48]


- Sentimos muito ciúme quando você está agarrada com outra, João!
Sentimos muito ciúme da mera existência alheia. Um outro respira e se demonstra mais feliz e resistente. O sangue está correndo feito veneno, as entranhas estão queimando. Eu queria lhe dizer que a amo, mas sou uma pessoa triste. Você não pode expor publicamente a tristeza, pois é clichê, é coisa de adolescente, você tem de ser uma pessoa forte e adulta sempre, é o que eles dizem. Nenhuma insignificância é permitida. João conversava com a amiga, pelos meios eletrônicos, confissões foram abduzidas de forma brutal. Os casamentos terminaram, ela tentou consternar, mas era tarde. Muitos olhos, pouquíssima sanidade, é o que foi dito. Mas há os pés se fincando, há a formação dita acadêmica na qual pode se habituar, perante o mundo real de boas maneiras e costumes. O estagiário olhou para a tela, até o momento em que vomitamos na rede social e João disse que nem mesmo trepada resolve para se acalmar. Maria disse que sente ciúmes, Maria procurou João novamente, Maria disse a João apenas porque João estava abraçado a uma menina dessas qualquer e nada mais, apenas abraçado, podemos saltar pela janela e voar, será que as aranhas na minha cabeça permitiriam tal coisa?
Uma pequena pausa.
Então pululou na tela o menino de oito anos que ficou milionário vendendo bolinhas de gude. Gente, qual a necessidade disso? Aí vai conversar no café sobre a possibilidade de assumir um outro papel desses qualquer, relações de tecnologia com clientes tais. Está bem. A mesma coisa de porra nenhuma, você tem de trabalhar no que gosta, é lógico, e quando você não gosta de nada?, não faz nem sentido nenhum desses ofícios, claro, vamos fingir que entendemos e que tudo isso é muito importante, apareceu Maria, Maria é casada e ganhou prêmio, ela não se chama Maria então?, é uma criança birrenta mesmo, no que está pensando?, o estagiário voltou e olhou para a tela, João, poderia por obséquio atender à solicitação da fulana?, umas conversas da alma no telescópio, podemos nos abrigar em rompimentos, terminou e agora você deve sobreviver a esse ritual de passagem e viver, criou conteúdo como há muito tempo não havia feito, sinceridades para degustar rancores, de quantas invejas precisamos para dar um passo a mais?, nem falaremos de solidões para não nos intumescermos com, com o quê, esquecemos, mais uma pausa, e ela disse que talvez o proletariado a levasse a alguma coisa, vamos fingir que tudo isso é importante, vamos fingir, enquanto outros encontram meios alternativos, enquanto outros tentam outras coisas, alguma maluquice, nós gritamos para ela, não acreditamos no caminho convencional!, não teremos formação!, não acreditamos em nada disso!, nosso texto tem cheiro e cor, falaram, cheira a merda, mijo, sêmem, incomoda, alfineta, achei que você fosse se perder por uns instantes mas o final é lindo demais, um soco no estômago, assim disseram, sentimos ciúme da mera existência alheia, Maria entenderia que poderíamos conviver, à distância e sem exigências, apenas gostaria que nominalmente disse que, que o quê, ah, estamos juntos, poderia dizer, um adolescente adulto, meio ridículo, gostaríamos, desejamos, iremos, beijar Maria uma vez mais, o melhor beijo de todas as existências, não queremos mais, quer dizer, queremos, tenho medo dos seus sentimentos excelsos, eu não mereço tudo isso, eu adoro seu jeito mas você me dá medo, foi o que Maria disse, é o medo, medo, medo, vamos sair, saindo com outras que não se chamam Maria, outras mais, não se chamam Maria, por isso não será prazeiroso, como as últimas não foram, nunca serão, você dirá que João está obcecado, João está vazio, não temos nada aqui, temos bastante mas não conseguimos abrir, não conseguimos florescer, eu queria apenas me comunicar, somos tristes, somos deprimentes, somos deficientes emocionais, o funcionário João preza pela máxima eficiência, o declínio foi realizado conforme solicitado, o menino de oito anos enriqueceu, todos aplaudem mas ninguém se arrisca ao exemplo, todos seguem o caminho da formalidade, João escolheu a trilha dos gritos, mas não alcançou pontuação suficiente ainda, não se arriscou o suficiente, quantos potenciais João guardará dentro de si até explodir de frustração?, Maria diz que sente ciúme das outras, Maria fica à distância para não magoar João, Maria não percebe que se distanciar magoa João ainda mais, quantos sentimentos existem aqui?, o estagiário olhou de novo para a tela, pensa que seu mestre não se dedica ao que deveria, estamos de camisa e terno, estamos na frente do computador, estamos bem adestrados enquanto o menino de oito anos enriqueceu vendendo bolinhas de gude, Maria sente ciúme das outras e João sente inveja de todas as coisas que existem sorrindo neste mundo.

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