sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Mitos e Lendas - Deus Apolo

Olá pessoas,

Tudo bem com vocês?
Antes de mais nada, gostaria de agradecer à insistência (com direito a "#", né, @thaismoret?) e pedir desculpas pelo tempo de ausência.Foram tantas coisas que aconteceram ao longo deste tempo, mas, em resumo, as principais razões foram: acadêmicos e inspiração de férias.
Assim como a imaginação do @Ka_Bral tem vida própria, a minha inspiração também. 

Como ainda não sei quando postarei novamente e queria deixar ao menos uma postagem este ano, escolhi a lenda irmã daquela que ainda, depois de tanto tempo, é a mais vista neste blog.
A escolha da música me deu mais trabalho do que escrever a história... Enfim... Chega de enrolação e vamos ao que interessa, certo?

Enjoy it!

A Lenda do Deus Apolo





Ainda nos tempos em que o Titã Prometeu roubou o Fogo do Olimpo e o entregou aos mortais, Zeus ordenou a seu irmão, Poseidon, que provocasse um dilúvio grande o suficiente para acabar com os mortais. Dele só se salvou um casal de cada espécie, que se protegeu numa arca construída por Deucalião sob o conselho de Prometeu. Terminado o dilúvio, a Terra foi coberta de um espesso lodo que a fez produzir uma enormidade de coisas, tanto boas quanto más. Entre as piores delas estava Píton, uma serpente gigante.
Quando Hera descobriu que Leto estava grávida de Apolo e Artemis, filhos de Zeus, Hera enviou a Píton para impedir que a rival de dar a luz. Sem poder o fazer em nenhum território, Leto se livrou da maldição tendo seus filhos na ilha flutuante de Delos.
Apolo nasceu de um parto difícil, mas bastou ser alimentado com o néctar e ambrosia para crescer imediatamente e dizer: “A música e o arco e a flecha serão caros para mim, e declararei aos homens o desejo infalível de Zeus!”. Nesse momento, Delos se tornou dourada com a luz que dele irradia.
Ainda aos 4 dias de idade, Apolo subiu ao Monte Olimpo para cantar junto aos Deuses, e logo desceu à Terra para vingar-se da serpente Píton, que se escondia em uma caverna de um Monte Parnaso.
Apolo pegou seu arco e flechas, acertou a serpente, que se debateu,  jorrou sangue até que, em seu último suspiro, soltou um grito ensurdecedor.
-“Agora apodrece sobre o solo que alimenta o homem!” exclamou Apolo. “Finalmente não serás mais uma maldição para aqueles que se alimentam das frutas nem trará nenhuma outra desgraça!”
Mas, de acordo com o poeta romano Ovídio, Apolo foi tomado por uma vaidade tão grande quanto à bravura de ter matado a serpente. “Ou talvez ainda maior”, pensava Eros, deus da paixão arrebatadora. Quando Apolo se encontrou com Eros, filho de Afrodite, perguntou:
-“O que fazes aí, menino insolente, com armas dignas da guerra? O arco e a flecha são para ser usados somente pelos maiores Deuses celestes, cuja força é capaz de matar bestas selvagens – tal como Píton, que acabo de aniquilar. Contenta-te com as chamas de tua tocha e deixa para mim a glória que me pertence!”
Eros, respondeu:
-“Lembra-te, Apolo, que tu podes conquistar o mundo inteiro com teu arco, mas com esta pequena flecha posso eu atingir o peito teu, e assim a minha glória será maior que a tua”.
Dito isto, Eros sobrevoou o Monte Parnaso, puxou seu arco e lançou duas flechas diferentes: uma com a ponta de ouro afiada, que anima o amor, outra com ponta de chumbo, que o repele. A primeira atingiu Apolo, que sentiu o coração preencher-se de amor, a segunda acertou a ninfa Dafne, tomada então pelo horror à ideia de amar.
Quando foi aconselhada por seu pai, Rio Peneu a se casar, Dafne se envergonhou e disse:
-“Querido pai, permite que eu viva para sempre virgem, da mesma forma como Zeus prometeu a virgindade à Artemis”.
Apesar de ter seu desejo concedido, Dafne permaneceu sempre irresistivelmente amável e Apolo, mesmo presidindo todos os oráculos do mundo, não pode deixar de se enganar pela esperança de amá-la.
Quando via os cabelos loiros de sua amada balançando em seu pescoço, pensa: “Quão lindos seriam se ela os penteasse”. Para seus olhos, os olhos de Dafne são como estrelas; seus lábios, o mais doce para se beijar; suas mãos, seus dedos; tudo para ele na ninfa era o mais belo do mundo.
De nada adiantava Apolo correr atrás de Dafne, pois seus delicados pés eram mais rápidos que o vento; mesmo assim, a chamava:
“Ó ninfa, ó Dafne, não sou teu inimigo; por que foges de mim como ovelha foge do lobo enraivecido? Não corras, pois pode cair. E tudo o que não quero é que cortes tua face ou machuques essas coxas. Pergunte para quem quiseres e saberás que não sou um homem rude das cavernas nem um pastor. Sou filho de Zeus, e todos me veneram. É das minhas palavras que os oráculos informam sobre o passado, presente e futuro, e é da minha harpa que saem os sons que animam os Deuses. Minhas flechas acertam todos os alvos. Fui eu quem inventou a medicina e o poder das ervas, mas, por mais que minha obra seja aclamada por sua utilidade em todo o mundo, não há poção que possa remediar a ferida do meu coração!”. 
Mesmo assim, Dafne continuou correndo; quanto mais fugia, mais Apolo a perseguia; quando começou a fraquejar, sentir a respiração ofegante de Apolo em seus cabelos, Dafne invocou seu pai:
-“Ajuda-me, pai! Cobre-me com terra! Destrói a beleza que me feriu ou transforma o corpo que destrói minha vida!”.
Antes mesmo de terminar a prece, seu corpo foi tomado por um torpor.
Dafne fora transformada em uma árvore.
Apolo abraçou-a, e disse:
-“Tu poderás não ser minhas esposa, mas será minha árvore preferida, e suas folhas, o louro, serão para sempre minha coroa”.


Fonte bibliográfica: 
HORTA, Maurício; BOTELHO, José F. e NOGUEIRA, Salvador - Mitologia Deuses, Heróis, Lendas; págs 89-91, Super Interessante, Ed. Abril, São Paulo, 2012





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