quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Dois espaços siderais compartilhados (por uma eternidade)

A loucura nunca foi padronizada. Ela é esquizofrênica, pois se encaixa em diversas definições pertencentes a diferentes realidades. A instabilidade não tem nome, não é explicada por uma teoria, ela é puramente verbal. A sua existência não é satisfatória nominalmente. É necessária a existência no espaço sideral para, no choque das inconstâncias, saber o sabor que não se conhecia no além máscara.
A sombra me socorreu quando menos esperava. O verde logo se uniu ao amarelo e soube reunir toda a volatilidade da fuga enquanto verbo, toda a ação contínua, ilimitada e desconexa. Nunca soube viver essa liberdade. O reflexo na janela provoca uma identificação pessoal que a exasperação não suporta.
A gota d'água se decidiu por descer a meio termo do baixíssimo muro que ensaiava um achado mortal. Todas as perdas eram minhas. Todos os nomes eram seus. A perda da fuga é algo irrecuperável. A escolha não tem espaço para se prostrar para a devida apreciação dos avaliadores. A escolha não ocupa espaço abstrato em teorias rediscutidas de estruturas revisitadas. A única estrutura que se revela é a do caminho solto.
Ninguém segue esse perscrutar.
Ninguém aprendeu a olhar para o roxo como se fosse pétala de rosa-ouro.
A nuance é tão imperceptível quanto dois olhos fechados em uma estátua.
Sejam bem vindos todos os reabilitados ao novo mundo global.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

Um comentário:

  1. O texto disse tudo, muito bem escrito, parabéns! Não existe explicação pra loucura do ser humano, cada ser é um universo e sua loucura só pode ser única. Por isso que nenhum ser humano é previsível como um todo, e isso é um desafio impossível pra psicologia resolver com êxito.

    Esse novo mundo global me assusta por isso: intenções e ímpetos tão nebulosos quanto poeira cósmica num espaço sideral. Não sei mesmo o que pode sair da boca ou das mãos do ser humano. Serious

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