A guitarra reverbera em minha mente ressecada, e eu não suporto mais. Não suporto a invasão do espaço que há tanto tentei resguardar como meu. A proteção se foi com o primeiro ruído que se apressou a se fazer vibrar em minha tempestade sem chuva. 
 O muro não se recompôs no maior dos pesares reconstruídos, e eu saí nula. Sem justaposição que se provasse dotada de amplitude. A incompletude caracterizava a madeira ocre, de modo que não poderia existir sem a falta. 
 O silêncio que oprimia o ambiente com a falta de pressão atmosférica fazia as mãos desidratadas prostradas na mesa de mármore aparentarem mais desbotadas do que de costume. Não suporto o olhar que me é dirigido. 
 A luz se foi, e aquele que suprime sorri em um esgar desvairado, dominado pelo vazio frio. O castanho se tornou cobre, e nada posso fazer para desmenti-lo. O ruído proveniente  da madeira remoída trazia o novo, admitia o estranho, aceitava o intruso. 
 Esse intruso protagonizou dois respirares obscuros em cinco silêncios ininterruptos. Estavam formados dez ruídos incorporados. A água se esvaiu do recinto verde-claríssimo. 
Sempre fui a água impura. 
 Todos as horas do dia reunidas em um peculiar segundo me mostram que é valioso o sabor do silêncio contido no entreolhar.
 Nunca soube nenhuma lâmpada que fosse quadrada. 
Só vivi invernos rigorosos. 
 Chuva sem neblina. 
Muito lindo, é demais. Nem o mais reverberador dos ósculos poderia servir de prêmio para uma escritora tão maravilhosa!
ResponderExcluirGostei =D
ResponderExcluirvoltarei sempre que der. Bjs