segunda-feira, 11 de abril de 2011

Festim diabólico

Dois homens. Uma filosofia. Um terceiro que se coloca no caminho. Um assassinato.
Festim diabólico. Hitchcock. 1948.
Tudo ocorre em um apartamento. Toda a tensão do início resumida em um único ato que levantará a narrativa subseqüente.
De acordo com uma teoria, um jovem é morto. A cena inicial é rápida mas é eficiente, mostrando o personagem ao qual todos se referem, porém não vêem, sendo removido do mundo e colocado em um baú.
Todos chegam para a festa e sentem a sua falta. Os dois envolvidos apresentam comportamento muito distinto um do outro. Um se aliviou com o ato homicida, o outro se desintegra após o ato.
O professor, entretanto, suspeita. Mas não sabe exatamente do quê. Mas sabe que algo não vai bem, algo não está certo. O clima está leve, mas é falso. Não deveria estar leve.
A câmera enorme dificulta a filmagem, a primeira em technicolor, fazendo o set parecer minúsculo e toda tomada parecer impossível. A técnica da época só permitia filmar de dez em dez minutos, o que provoca uma quebra que não é percebida pelo espectador, que assiste o filme e sente o fluxo desimpedido, bem formulado pela inteligente edição que passa a impressão de um plano seqüência.
O tempo passa na grande janela que na primeira cena estava coberta pelas cortinas e que ao longo do filme fica aberta para o espectador acompanhar o ritmo dos acontecimentos.
E é a janela que mostra a solução do desequilíbrio provocado no segundo momento do filme, quando a tensão volta a encher a tela.
O filme não fez sucesso na época por não ser aceita qualquer referência, ainda que coberta, ao homossexualismo. Muitos atores negaram a participação. Entretanto, na França, o filme foi aclamado pela sociedade que já tinha deixado esse pensamento retrógrado no seu histórico.
Hoje o filme é considerado um dos melhores de Hitchcock.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

Nenhum comentário:

Postar um comentário