domingo, 29 de agosto de 2010

Sadness is my only companion in the morning

Sou diferente. Meus olhos não piscam diante da rubra luz que tudo cobre. Minhas pernas não tocam a existência. Meu cabelo influi na percepção estilística do saber completo, sem que ninguém me ocupe por completo, dissabor existencial. Quando respiro, absorvo toda a compressão, o que às vezes me sufoca temporariamente. Sair para andar ajuda. Simbiose elementar é de fato a salvação para todos aqueles que não se ambientam na opressão. A voz adentra o meu ouvido, que para o observador leigo pode parecer habitual, porém o treinado nota as reentrâncias de carne pura, nunca experimentara toque experimental algum. O toque fora relegado a outros, mais merecedores de tal completude. Meu coração se abre em rupturas inviáveis, esperando o espaço se impor. O farol abriu. Ando como se de nada dependesse, vou existir onde me permitem. Ninguém pergunta o meu nome, sou escrava da inexistência. Marrom-avermelhado explode no azul-esverdeado provocando interrupção da conduta. Luz. Voz metálica irrompe desacompanhada do outro lado, em uma dimensão própria. Incontrolável. Voz solitária, incorpórea. Preciso de água salgada. Anyone?

Vivo no abrupto, escondo a exatidão onde me deixam. Por vezes perco a saída do rodopiar-se. Nada me anima a sair dessa rua e virar na próxima esquina. Não tem habitação definida, não tem saber consolidado. As placas na rua não sabem me informar quanto tempo tenho. Nada me diz que esse caminho me leva a solidificação. Preciso ter certeza. Preciso saber que se eu puxar essa corda a redenção virá. Algo me diz que o vento que viria decidiu por outra redoma. Desamparo. O apoio se fora, e nada me aquece. Nenhuma palavra sobra para ser degustada ao sabor do tempo. Nunca fui avisada de que é errado criar. A esfera se abre e eu não posso entrar nela. A minha voz não tem mais ressonância para aliviar a tormenta. Procura-se casa para alugar. Se você que lê essas linhas díspares souber de algo, avise-me, e rápido. Duas semanas.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

Um comentário:

  1. Huhuhuhu.


    Hehehehehe...



    HAHAHAHAHAHAHAA!



    Fantástico.


    Agradeço por me lembrar do que nossas palavras são capazes. ;)

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