terça-feira, 1 de novembro de 2011

Desvio do observador interno

A superfície espelhada nunca me disse quem sou de fato. Todas as rosas que me entreolhavam ocupadas demais para prestar a devida atenção que era necessária para perceberem os detalhes enciclopédicos menosprezados pela imensidão da velocidade da luz não reparavam na água imóvel de cada dia sorvido dentro de uma noite semi-cerrada em meus olhos azuis.
A substância misteriosa nunca me revelou tamanha destreza em se certificar da identificação dos seres permitidos nessa cidadela há séculos abandonada.
Aqui vivia uma dama de dois sabores: o azul-aveludado e o veludo sempre guardado da sua essência nunca revisitada. Esse azul-petróleo nunca saía de seu casulo, sempre estava resguardado por esquadras sem fim de regras que a restringiam diante de cada novo respirar. A cada novo ar sorvido ela se surpreendia, pois novas impurezas se rearranjavam em seu interior totalmente intocado.
A liberdade não tinha significado, pois não tinha imagem acústica que pudesse ser dita em voz baixa em sua maltratada mente oprimida. A transgressão dos conheceres naquele devir social não tinha espaço para se fazer ocupar em meio a invasões e escambo de batatas mofadas. A sopa não serviria para o barão de Cambridge.
O barão estava além de qualquer realidade táctil que o perscrutasse internamente. As especiarias montavam a percepção que ela tinha, porém essa mesma realidade por ela construída lhe era negada por quem recebia cada erva contada pelo magro escrivão.
Sua voz nunca foi ouvida, pois o arsênico lhe foi útil em seu último instante de porvir. O calor sempre esteve no seu domínio, até o momento no qual as chamas se incorporaram à sua biologia.
Happy all hallows eve!

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

Um comentário:

  1. Mistura de acústica, física e uma opinião: a dama precisa se libertar dessa prisão mental de não ser livre o quanto antes, senão, continuará solitária. Ela parece já ter parâmetros suficientes pra fugir dessa redoma de vidro.

    Foi uma resposta baseado no que entendi, não necessariamente no que está implícito na prosa :)

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