domingo, 4 de setembro de 2011

O vôo da liberdade

Água se acumulando na janela. Fecho-a rapidamente, de forma que a secura seja sempre controlada por forças internas. A liquidez nunca foi capaz de se estabelecer nesse caminho flexível com muita robustez.
O vapor d'água vinha admirar ensimesmado a liquidez preexistente que soava em uma freqüência por demais alta acusando com a sua amplitude uma invasão de conhecimento.
O calor que se apoderava de todo o espaço habitável manipulava a técnica de criar abstrações líquidas quando a temperatura se aproximasse. A condição anterior era de ignorância. Nada se sabia do que se tinha. Nada se tinha sob o seu controle. Nenhum conflito fora apaziguado pela interferência do calor de vaporização. Entretanto, a água não fora libertada.
Era moldada por qualquer outro que a possuísse. A decisão fora tomada sem que houvesse embasamento concreto. O vento passou a ocupar toda a solidão anteriormente presente, e a água se esvaiu, derrancando-se daquele ponto de coexistência com a baixa temperatura. A liberdade não queria existir mais. A definição fugiu para poucos metros de distância dos últimos vapores. Primeiras horas da manhã.

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

2 comentários:

  1. Bastante interessante e montado com uma sonoridade muito expressiva. O que acabei percebendo é que lendo em voz alta, as caracteristicas ficam muito mais marcadas e o ritmo se estabelece bem. Definitivamente o tipo de texto para ser lido em um sarau... (ou juntar os amigos num canto e falar "ouve ai!" muahahaha)

    /like

    ResponderExcluir
  2. Lindo como sempre! As 3 últimas frases estão perfeitas!

    ResponderExcluir