A minha cabeça não tem nacionalidade. Ela vive no escuro, no claro, onde tiver espaço para existir sem limitação de natureza, de requerimento ou de estreiteza. Não existo na multidão, não existo no reconhecimento da água límpida.
Só existo na percepção de uma imaginação que abarque a minha, que cria um mundo para partilharmos e dividirmos a existência. Sem egoísmo ou mandamentos. A minha cabeça segue um ritmo alternativo que não tem escala.
Não há manual que descreva o movimento inconfundível de cem ondas sem razão existindo amplas e soltas no mar obscuro da incerteza.
A incerteza, vestida de seu habitual ressoar de sinos dourados amassados, dirige-me até a floresta e me diz que é tudo que tenho e que tenho que criar o mundo de cores redondas, beges assustados e gatos enevoados. Digo que sou eternamente incapaz de notável feito.
Recuso a oferta com a abertura do azul-marinho antes fechado pelo reparado despertar para o frio que me chama para a atividade celular. O frio que me diz que tenho que responder, que não posso recuar.
Eles estão lá, no fim da rua, aguardando a minha cor para roubá-la.
O calor me é roubado e com ele vai a resposta que eu protegia com todo o corpo, sem proteção para a criação que o originou. A origem se perdeu no pescoço escorregadio que me foi emprestado sem juros ou sensação de invasão. Os invasores não te dispõe de ferramentas de construção.
Os invasores não sabem que há muito me perdi entre dois saberes comedidos, um furta cor e ouro negro-neve.
Os invasores não sabem que moro na marca do chiado que fazem quando atropelam meu apelo no escuro.
Os invasores não sabem que me incomodo quando arrastam o espaço recuado que era por direito de minha cabeça vendida a cores de terras distantes.
Fui vencida no terreno desconhecido.
Invadiram minha percepção.
A percepção é toda deles.
Inovação.
Tempestade de inverno.
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