Sou diferente. Minha respiração sai voando pelas alamedas, e não é balançada pelo ressoar do sino no cair da noite, nunca. As paredes fazem pesada fachada, mas nada se equipara ao forte tambor que ecoa aqui em cima. Os brilhos berrantes do branco passado não têm mais espaço aqui no meio, onde nada recua diante do não dito, ou do profundo e altamente convidativo olhar. A porta da minha mente está fechada para estranhos. Só quem tiver o sussurro mais doce entra. O sumo do despertar acompanha casa a casa da longa porém estreita rua. A corda, solta no ar, partícula de vento coletiva, adentra momentaneamente meu invadido sub-ser. Sob a terra, nada sou, nada construo, nada atinjo, nada respiro. Concretizar-se? Só no abrupto.
Vermelhidão imemorial que tudo toca, trazendo ares remotos para o meu balão experimentar. Fogo é lançado para competir com o azedo azul que não quer saber de novo mundo, nova informação ou nova combinação. Tradicionalíssimo.
Três batidas intermitentes na porta, eu não abro. Nada faço. Não suporto a interação forçada, rígida postura, presença inflexível. Não quero olhar para o além se posso alcançar o detalhamento interior.
Não quero a desavença, não quero o compartilhamento. O conflito existe e não pode ser vendido. Ninguém quer ouvir o que seus olhos berram, apenas a gratidão do seu beijo é percebida. Nenhum grito exorbitante cai da minha janela, solto e livre. Leve. O ar se torna pesado e sólido, conforme meu grito despenca caminho adentro da fenda montanhosa. Divergência.
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**
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