Muitas resenhas sobre A Origem (Inception) foram escritas e estão espalhadas nos blogs por aí. Se quiserem saber a histórinha do filme pus o link pra nossa amiga Wikipédia aí em cima. Eu não pretendo entrar nos detalhes da história, que é uma boa história, mas comentar algumas sutilezas do roteiro e cuspir alguns jargões técnicos pra explicar o meu ponto de vista sobre o filme.
A impressão que tive pelos últimos filmes que assisti é que o cinema está tão permeado de clichês que os roteiristas/diretores têm que fazer o possível pra prender o público antes da metade do filme, pra isso criam um ritmo muito rápido para os acontecimentos, deixam o espectador sem fôlego e pouco importa se o final é previsível. O espectador não tem tempo de pensar se o filme é bom ou ruim, o filme é foda porque o prendeu e nem lhe deu tempo de perceber o que o atropelou. A Origem é assim, Princípe da Pérsia foi assim (pra não falar de As Crônicas de Nárnia: Princípe Caspian, que também foi assim).
Nada contra finais previsíveis, eu inclusive adoro me gabar que advinhei o final bem antes do filme acabar. Em Princípe da Pérsia, por exemplo, logo que foi apresentada a premissa do filme eu já sabia como terminaria e apesar disso minha imersão foi muito mais rápida (mesmo com os cenários de papelão como comentou a Júlia). Aliás, não sei vocês, mas eu como espectadora avalio muitas vezes se o filme é bom ou ruim pelo grau de imersão que ele me proporcionou, ou seja, o quão longe da minha realidade e dentro da realidade da história ele conseguiu me colocar.
Em A Origem minha imersão foi demorada, já estava na metade do filme e ainda identificava os atores pelos nomes (ou personagens anteriores) e não pelo seu papel na história. Adivinhei o final 5 minutos antes e a dúvida, sim, a dúvida que atormenta a todos nós seres humanos, persistiu. Não a dúvida que a última cena nos dá de presente, mas a dúvida se era realmente um bom filme. Uma boa história sem dúvida, bons atores (adorei reconhecer a Ellen Page ^^), boas metáforas (como Ariadne e o Labirinto), mas... um bom filme? Daqueles pra recomendar, elogiar e defender até a morte?
Outro ponto que foi muito elogiado foi a dita originalidade do roteiro. Me desculpem os que pensam assim mas invasões de sonhos, mocinhos fugindo de problemas com a justiça e compartilhamento de espaços e realidades virtuais são elementos explorados por muitos filmes. Recomendo inclusive que assistam EXistenZ, um ótimo filme de 1999 também de ficção científica que brinca com essa idéia de compartilhamento de realidades alternativas/virtuais e perda de referência entre o que é ou não real.
Bom, voltando àquela minha dúvida, acho sim um bom filme, recomendaria sim que às pessoas assistissem mas fica o aviso: Vocês podem não gostar pois o gosto é pessoal e ser questionado sobre o que é real e ou não é algo pouco agradável. Assim me eximo da culpa caso um de vocês assista e venha me culpar pela indicação depois.
Como entretenimento ficam às dicas aqui citadas: EXistenZ, Prince of Persia e Inception. Pra acompanhar, pipoca e/ou salgadinhos e sorvete. E pra não se arrependerem depois, assistam em DVD no conforto do lar e em boa companhia. ;)
**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**
Curti a resenha maninha ^^
ResponderExcluirBem escrita e tals.
Sobre sua isenção de responsabilidade sobre a recomendação so filme cabe uma observação: quem nao gosta/tem preguissa de pensar, melhor nao assistir.