quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Notícias de Quinta [37]

Vídeo postado a pedido da @licrisantos que deixa bem clara a posição do presidente do IBAMA a respeito da construção da usina de Belo Monte. Assistam!

E já que estamos falando de um assunto sério, leiam o texto do Dep. Jean Wyllys sobre a PEC nº99 de 2011:  O começo de uma teocracia no Brasil?

Modelo tem mãos avaliadas em R$ 14 milhões (Eu não lavo louça e não limpo a casa e minhas mãos não valem tudo isso. Puta mundo injusto.)
Pesquisa diz que quinta-feira é o melhor dia para fazer sexo (Como eu não faço sexo, pra mim quinta-feira é dia de postar as Notícias de Quinta.)
44% dos jovens brasileiros preferem redes sociais a salário alto (Já eu não me importaria de parar de respirar desde que me pagassem bem.)
Microsoft oferece bacon para engenheiros das concorrentes trocarem de emprego (Por um salário mais alto e bacon então eu finjo de morta, rolo no chão e ainda lato.)
Ingestão excessiva de paracetamol pode levar à morte (Suicídio nunca foi tão fácil.)
Ke$ha e Miley Cyrus gravam versões para disco-tributo a Bob Dylan (Querem matar o Bob de desgosto. >.<)
Kanye West nega plágio em hit 'Stronger' e diz que se inspirou em Nietzsche (Pronto, era essa a piada.)

Dizem que essa imagem é de uma prova de filosofia do Kanye

**As opiniões expressas nesse post são de total responsabilidade do seu autor.**

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Notícias de Quinta [36]


Auxiliar de enfermagem suspeita de injetar leite em bebê é indiciada (Puta merda, tive meu filho nesse hospital. Mas ele nasceu saudável e não precisou receber leite materno na veia. Sobre a auxiliar de enfermagem, é provável que ela estivesse trabalhando muitas horas sem descanso e erros em situações como essa são comuns. A culpa é da má administração da saúde pública.)
Em tratamento contra câncer, Lula raspa cabelo e barba (Por falar em saúde pública olha o Lula aí com cara de vovô de comercial de fixador de dentadura. *acho que foi o @naosalvo que disse isso*)
Homens são condenados à prisão perpétua por causa de 'viagra do Himalaia' (Só eu que imaginei o Zé Graça falando: "O Viagra míiiiiiiiiiiitico do Himalaia!"?)
Estudo: mulheres guardam segredo por apenas 32 minutos (UMA entre 10 mulheres, diz a pesquisa, e o TERRA me anuncia como se fossem TODAS. Vão se foderem!)
A dura vida dos ateus em um Brasil cada vez mais evangélico (Aí no final da corrida o taxista diz "Vai com Deus!" e o ateu responde "Fica com Nietzsche!")
Vaticano tomará medidas legais contra imagem que exibe 'beijo' de Bento XVI (Ah, Vaticano... vá te foder!)
Um em cada 12 adolescentes se machuca de propósito (90% se masturbando.)
Gentileza teria fundamentos genéticos, sugere estudo (Esses estudos enchem meu saco, viu?)

Não sei qual é a fonte, o que interessa é que não fui eu que fiz.
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Idiotices do João [5]

– Qual sua posição no movimento, companheiro João?

Estavam todos ali reunidos, em expectativa, quase amontoados um em cima dos outros, debruçados nas marquises e parapeitos, parafernálias de apoio que talvez apoiassem as falhas nas ideias de João. Ele tentou várias vezes acreditar, mas tudo que achou foram falhas na comunicação.

– Companheiros! Estamos aqui unidos pelos direitos dos estudantes, contra a opressão da burguesia! Por melhores condições aos trabalhadores! Contra a polícia que espanca e mata! Pela repimboca da parafuseta!

O discurso era tão infamado quanto um fósforo moribundo, mas as palmas berraram alto assim mesmo. Da mesma forma que alto berraram aquelas lembranças de quando era criança, num comício com milhares de vezes mais gente do que agora, quando o grande líder apareceu, ex-exilado político, o senhor supremo da espada esquerda, proletários iam às lágrimas, passou ali idoso e cheio de presença, afagou a cabeça de João no meio da confusão, empurra-empurra e gritaria, esquerdas levantadas para o grande momento do discurso máximo, não se lembra das palavras mas as palmas eram ensurdecedoras, andando pela rua a caminho e cogitando, em frente à televisão e todas aquelas figuras engraçadas berrando promessas em forma de impropérios, em casa todos tinham posição clara, papai se candidatou e vamos todos apoiar, sentado ali no comitê com água e biscoitos, vários santinhos e pessoas pedindo camisas, uma família sem teto pediu até bonés para desfilar na nova moda de números e sujeira, então subimos no morro para distribuir palavras e sorrisos, acho que queriam dinheirinhos e papéis de promessas, o doutor companheiro é o candidato certo!, o doutor companheiro é professor e cuidará da educação de todos!, o doutor companheiro é o máximo de todas as paixões possíveis, vagando pelo centro dos papéis no chão, camisas e adesivos, João tentou acreditar mas tudo que encontrou foram falhas na comunicação, papai foi brincar de política e a família se perguntando se haveria tempo em sua agenda, falha na comunicação de sentimentos deixados de lado e laços nunca bem amarrados, agora crianças brincando de comício e berrando palavras de ordem e clichês esquerdistas que ouvia desde criança.

– Venha para o movimento, companheiro João! Você tem excelentes ideias!

João retorna para outro tempo anterior. Maria estava lá, contracenando naquela esquete que ele mesmo escreveu, para apresentar naquele festival, daquelas crianças vaidosas porque achavam que interpretavam alguma coisa que valesse num palco para papais rechonchudos com cérebro de escritório e visão de novela, falhas na imaginação sem a menor graça, enquanto crianças berravam palavras de ordem fingindo para si próprias que interpretavam, João se lembrava dos engraçados na televisão dos candidatos, estamos todos interpretando o tempo todo, fingindo que somos úteis para a sociedade e fingindo que toda essa inutilidade possui alguma importância, ideologias em profusão, se amontoando como se fossem bosta borbulhante, Maria estava lá para beijá-lo na esquete que João havia escrito, da mesma forma que escreveu aqueles poemas quando era ainda mais novo, mas nunca os apresentou porque fingiu que trocou o horário da apresentação e então chegou tarde demais, havia sido o primeiro lugar mas não os apresentou, tremia só de pensar toda aquela cobrança em forma de olhos críticos e cruéis, estamos sempre sendo vigiados, analisados, cobrados e julgados, sempre, sempre, sempre, João se contorcia sozinho no escuro quando ninguém estava olhando, e mesmo assim perguntavam, qual sua posição no movimento, companheiro João?

– Nenhuma posição, já que não estou me movendo – respondeu João.

– Como assim, posição nenhuma? Não pode! Não pode ficar em cima do muro!

É que não havia nada. Maria iria beijá-lo na esquete, mas João fingiu para si que trocou de horário e perdeu a apresentação; a peça conseguiu uma boa colocação, mas João não estava lá para apresentá-la e então a esquete em que João beijava a Maria ficou de fora do festival. Afinal, João não se movimenta. Maria apareceu numa novela, num papel de bom destaque para quem está começando a carreira, João assistiu a um capítulo sem querer, estava ela ali numa personagem estereotipada dessas qualquer, mas tava ali se movimentando em busca de seu sonho, enquanto João se contorcia sozinho no escuro lamentando seus fracassos e sua falta de posição, vários foram às ruas para tirar o presidente colorido, João era criança mas já sabia que era manobra da grande emissora, embora o presidente colorido e seu partido fossem inimigos do grande senhor careca que diziam ter fugido do país vestido de mulher, odiavam o senhor careca que lhe afagou a cabeça quando criança, havia escolas e mais escolas em áreas miseráveis que tinham como apelido o nome desse senhor, o mundo se movimentava enquanto João fingia trocar os horários para não se apresentar, para não tomar uma posição, Maria estava magoada com seu último namorado então veio conversar, João tentou acreditar e começou a falar, desta vez dedicaria todo o potencial oculto de um bom homem, fingia sempre que interpretava um simplório bufão, era sempre mais conveniente do que mostrar a si próprio, amizades se constroem assim, mas as pessoas só se entregam umas às outras se houver tesão, o tesão de querer devorar o outro, aos olhos fracassados de João ecoava-lhe o clichê dos bonzinhos que só se ferram, aqueles que fincavam bandeira na zona da amizade para fingir a si próprios que é melhor do que nada, mas qual é a sua posição, companheiro João?, uma lufada de ar fedorento bate-lhe na cara a cada palavra descuidada naquele ridículo jogo de sedução, Maria hesitava e nada falava porque não havia tesão, apenas a amizade, Maria se entregaria a algum outro imbecil desses qualquer que desejasse devorar, João se contorceria sozinho no escuro enquanto lembrava de todos os que estavam em movimentando e realizando seus sonhos, a criançada de agora berrando nos comícios e vivendo apenas na sua própria bolha universitária enquanto berravam palavras de ordem, os olhos de Maria brilhavam enquanto ela considerava entrar para o movimento, João fingia trocar os horários pois acreditava que nunca saberia lidar, enquanto Maria sem o menor tesão beija um desses qualquer na sua frente, ali sentado sozinho no comitê de papai João olhava para o teto, debruçado na marquise do grande salão enquanto berravam contra a opressão, qual a sua posição, companheiro João?

– Nenhuma – pois não há nada em porra de lugar nenhum.




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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Notícias de Quinta [35]


Faxineira destrói obra de arte na Alemanha ao tentar limpá-la (Isso me lembra aquela fábula da Roupa nova do Rei, só que nesse caso é a 'obra de arte' que 'os bonito' finge que vê pra parecer esperto, não a roupa. O que a faxineira limpou foi só uma mancha de tinta.)
Jovem britânica tem alergia a frutas e legumes (Inveja de alergia pode? Agora, vem cá fia, ENFIAR A CARA DENTRO DE UM MELÃO? PQPQPQPQ!?!)
Menino se irrita por não conseguir brinquedo e acaba preso em máquina de 'pescar' na Austrália (Desculpa mas eu ri da cara da criança presa na máquina. A vida imita Toy Story.)
Jovem declarado morto acorda em necrotério na Índia (Eu não sei a pronúncia de nenhum dos nomes citados na notícia. Li assim: "O jovem X acordou dez horas depois de o médico Y atestar sua morte em W, na região de K, afirmou o funcionário chefe de Saúde do distrito, Z, à agência indiana Ians.")
Polícia prende Homem-Aranha (Publicar essa notícia é o sonho do J. Jameson)
Júri condena médico de Michael Jackson por "assassinato involuntário" (Olha R7, de onde eu venho isso se chama homicídio culposo. Aprende aí.)
Britânico diz que derrame o fez largar noiva e virar gay ("neurologista explicou que o derrame pode ter aberto uma parte diferente de seu cérebro" Sim, abriu a porta do armário.)
Procon determina que os sites de e-commerce de Americanas, Submarino e Shoptime fiquem fora do ar por 72 horas (Nunca tive problemas com o Submarino... minto, uma vez eles disseram que não encontraram minha casa mas já tinha entregado lá antes.)


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domingo, 6 de novembro de 2011

O miserável pão de ouro feito de ar puro

A cortina sempre corrigiu a luz de forma que ela nunca entrasse com muita propriedade, pois dessa forma poderia não ser compreendida pela falta de velocidade da escuridão amorfa.
O tecido só sabia se intrometer no meio-termo do verbo que não se formava completamente. A palavra não era esquecida, apenas ganhava corpo e presença física em uma realidade que não se ouvia à distância.
Suas partículas não se chocavam e a onda não harmonizava com uma freqüência lotada de esvaziamento descabido em proporções virtuais.
A luz que se decidia por correr o risco e se aventurava na leve abertura da cortina era repelida pelo desconhecido temido. Essa rara luminosidade se transformou em um vívido cone que revelou o ocupante da negritude protegida. Era idoso, e nunca foi capaz de ver além da capa clara. Nunca foi capaz de abraçar a escuridão e de vê-la com seus próprios olhos, aceitando-a como sua semelhante. Até que a primeira gota manchou a cortina que pesou na janela e fechou o cone brilhante.
O solitário ocupante percebeu o ar pesado que inspirava e notou resistência de outro habitante. Observou a longa distância para saber se era seguro ali estar. Só viu a escuridão no outro. E não temeu o escuro que o habitava. A formação do estranho era toda negro véu que o cercava de peculiaridades que o faziam destacar-se da cortina clara.
O relevo era só aceitação.
A identidade foi solidificada em um vazio repleto de percepções advindas de pontos de vista iluminados.
O estranho trocou a lâmpada.
Eu saí, sem reconhecer meu avô.
Nunca conheci o vazio.

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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Notícias de Quinta [34]


Irmã de Steve Jobs revela suas últimas palavras antes de morrer (Oh wow, oh wow, oh wow... PUTA MERDA HEIN? Perdeu a chance de ficar calado. *E eu também.*)
R$ 466 com bombons é dinheiro bem gasto, diz vereador de Vila Velha, ES (Olha senhor Vereador, é dinheiro bem gasto se EU comer os bombons, entendeu?)
Libélulas 'morrem' de medo de peixes, diz estudo (E eu morro de medo de quem faz essas pesquisas extremamente úteis pra humanidade.)
Consumidor confunde barata com bacon em farofa industrializada (Ah filho, eu tenho que estar muito louca pra confundir qualquer coisa que não seja bacon com bacon.)
Bebê de Wanessa não será autor de processo contra Rafinha (Até que enfim alguém com bom senso entrou nessa história, né?)
Fã sugere que Luana Piovani tenha filho no serviço público (Olha, eu tive meu filho no SUS e fui muito bem tratada. Como frisaram muitos artigos essa semana, o SUS não é tão ruim quanto a classe média gostaria de acreditar. Mas fiquem com seus planos de saúde caros, ok?)

Hoje tem pouco links porque EU NÃO SOU OBRIGADA!!!



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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Desvio do observador interno

A superfície espelhada nunca me disse quem sou de fato. Todas as rosas que me entreolhavam ocupadas demais para prestar a devida atenção que era necessária para perceberem os detalhes enciclopédicos menosprezados pela imensidão da velocidade da luz não reparavam na água imóvel de cada dia sorvido dentro de uma noite semi-cerrada em meus olhos azuis.
A substância misteriosa nunca me revelou tamanha destreza em se certificar da identificação dos seres permitidos nessa cidadela há séculos abandonada.
Aqui vivia uma dama de dois sabores: o azul-aveludado e o veludo sempre guardado da sua essência nunca revisitada. Esse azul-petróleo nunca saía de seu casulo, sempre estava resguardado por esquadras sem fim de regras que a restringiam diante de cada novo respirar. A cada novo ar sorvido ela se surpreendia, pois novas impurezas se rearranjavam em seu interior totalmente intocado.
A liberdade não tinha significado, pois não tinha imagem acústica que pudesse ser dita em voz baixa em sua maltratada mente oprimida. A transgressão dos conheceres naquele devir social não tinha espaço para se fazer ocupar em meio a invasões e escambo de batatas mofadas. A sopa não serviria para o barão de Cambridge.
O barão estava além de qualquer realidade táctil que o perscrutasse internamente. As especiarias montavam a percepção que ela tinha, porém essa mesma realidade por ela construída lhe era negada por quem recebia cada erva contada pelo magro escrivão.
Sua voz nunca foi ouvida, pois o arsênico lhe foi útil em seu último instante de porvir. O calor sempre esteve no seu domínio, até o momento no qual as chamas se incorporaram à sua biologia.
Happy all hallows eve!

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